quinta-feira, 1 de abril de 2010

5º Dia ( Montevideu / Buenos Aires )

5 - Dia Montevideu - Buenos Aires (420 Km)

Hoje o dia foi excepcional, nós rimos muito pra não chorar, acho que isto
explica o porque terminamos o dia cantando Legião na rua em cima das motos sendo
que o pessoalque nos via gesticulando sem parar e não conseguiam entender o que
estávamos fazendo, mas deixe-me explicar tudo desde o começo para vocês
entenderem.
Acordamos muito cedo, 5:00 horas da manhã com a missão de tomarmos café e irmos
para Maldonado. O problema foi que ao saírmos de Montevidéu, nós estávamos muito
excitados com a perspectiva de pegar de novo a estrada.
Nós já rodamos 5 dias e teríamos a oportunidade segundo o nosso cronograma de
ficar parado mais de um dia em um lugar que excolhéssemos, só que sinceramente nós
não conseguimos.
Bom, para explicar este vício de asfalto deixeme falar com o coração de um
motociclista.
Estas estradas que pegamos desde de Porto Alegre, são uma reta só, com pouco
trânsito e com total liberdade para poder andar na velocidade e na forma que
quisermos. É muito viciante, tanto que o último comentário que fizemos antes de
sair de Montevidéu, foi que não víamos a hora de rodar os pampas argentinos, onde
podemos rodar 700 Km e ainda querer continuar por mais 200 Km ou 300 Km, de tão
boa estrada que é. Para nós deixarmos nossas motos livres e nos levando ao som do
vento da estrada é inebriante a sensação. Só quem é motociclista pode entender
este louco amor.
Vamos aos fatos, depois de 45 minutos que saímos, notei que o Fernando estava
tomando um percurso diferente, e não falei nada pois o GPS dele estava com mapas
mais atualizados que o meu, grande falha. Descobrimos que estávamos indo para
Durazno que era bem distante de Maldonado que fica no litoral e nós estávamos indo
numa rota paralela só que no sentido do interior.
Depois que descobrimos que o GPS do Fernando estava maluco, devido a falta de
sinal, nós resolvemos compensar acelerando um pouco mais que o normal até a rota
correta. Este foi o nosso erro, acabamos sendo parados a 140 Km/H, por um guarda
rodoviário que nos levou U$$ 300,00, pois ele queria reter nossa carteira de
habilitação até pagarmos uma multa de R$ U$$ 700,00 para retiramos as motos. No
final tivemos que pagar a propina que que ele pediu para sermos liberados.
Neste percurso que deveria ter sido de 180 Km e acabou sendo de 420 Km, servio
como lição para que deixássemos de ser inocentes e confiarmos 100% no GPS e não
caírmos na conversa dos guardas que ao verem nossas motos só pensam em dinheiro
fácil.
Chegamos no porto de Maldonado e fizemos todo o trâmite alfandegário e
burocrático para embarcar as motos e entrarmos no ferryboat que aqui é chamado de
Buquebus.
Este barco é maravilhoso, muito grande com 3 classes distintas a bordo, primeira
classe, com bancos de couro e bar privativo, executiva com somente bancos de couro
e turista que foi a que nós pegamos, mas que mesmo assim era uma classe muito
bonita, com direito a uma bela lanchonete e duty-free.
Quando desembarcamos em Buenos Aires, não estávamos preparados para os 45
minutos de trânsito caótico que pegamos a caminho do hotel, tanto que chegamos
ensopados de tanto suor que tivemos que tomar um banho e ir beber algo na cidade.
Fizemos um passeio rápido até a Casa Rosada que é a sede do governo aqui em
Buenos Aires, mas não fomos muito longe devido ao trânsito caótico desta cidade.
Trocamos dinheiro e passeamos pelo centro da cidade, onde compramos algumas
lembranças.
Terminamos a noite jantando muito bem num misto de café com churrascaria, que é
bem comum por aqui, e logo depois fomos tomar mais 3 chops cada num Pub.
Voltamos depois cantando a música "Tempo perdido" do Legião Urbana pelas ruas
de Buenos Aires.
Um detalhe técnico que até agora eu não contei, temos um microfone portátil,
bluethoot que colocamos dentro do capacete pendurado nos nossos pescoços, que
usamos (e muito), para nos comunicarmos quando estamos na cidade. Muitas vezes
parecemos dois loucos dando risadas sozinhos, e tudo mundo estranha dois caras em
duas motos gigantescas gesticulando e falando sozinhos. Estes dispositivos nos
salvaram muitas e muitas vezes e sinceramente foi uma ótima aquisição eletrônica
que fizemos.
Voltando ao começo de minha dissertação foi muito engraçado ver um casal num
carro ao nosso lado parado no farol, sem entender porque dois babacas estavam
gesticulando e cantando separadamente sozinhos.
Agora vamos dormir pois o dia promete muito amanhã. Não vemos a hora de deixar
esta cidade de trânsito e calor caótico para trás e ver a estrada dos pampas na
nossa frente.

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