quinta-feira, 15 de abril de 2010

19º Dia (Arica / Puno )

19 - Arica a Caminho de Puno (460 Km)

Foi a primeira vez que saímos de uma cidade sem poder confiar no GPS, pois os
nossos não possuem um mapa atualizado do Peru. Infelismente não foi por falta de
procurar antes no Brasil.
Durante nosso último café da manhã no Chile, ficamos estudando estradas e rotas.
Mal sabíamos o que teríamos pela frente e a saudades precoce que teríamos do hotel e
do Chile.
Passamos na fronteira e na Aduana do Chilemuito rápidamente, os policiais nos
ajudaram muito com a documentação, nos indicaram sempre os locais para ir e o que
fazer.
Entramos na aduana do Peru. Ficamos duas horas pra conseguir sair. Os papeis para
saída nossa foram até que rápidos, mas os documentos para liberar os veículos, foi
um parto. Ficamos numa guarita de frente ao sol sem nenhuma proteção com um policial
que parecia que era a primeira vez na vida que fazia aquele tipo de liberação e
ainda catava milho no computador.
Eu me desitratei ficando naquele sol do deserto, com minha calça de moto. Tanto
que quando consegui a liberação fui cambaleando para uma lanchonete e virei duas
garrafas de gatorate.
Em Tacna que é a cidade do lado da fronteira, e que é tambem zona de livre
comércio, nós trocamos dinheiro e tentamos achar um local para trocar o pneu do
Fernando. Depois fomos sair da cidade, e não fazia nem duas horas que tínhamos
entrado no Peru.
Enquanto procurávamos uma saída da cidade passamos por uma blitz policial. Eu
passei direto o Fernando foi parado. O guarda, na maior cara de pau, disse que o
Fernando quando parou na esquina para virar, deveria ter posto os pés no chão e ter
olhado para os dois lados. Ele queria segurar o documento do Fernando, depois pediu
U$$ 100,00 para liberar. Choramos e fizemos um teatro e pagamos U$$ 20,00.
Indignados saímos pelo caminho certo e paramos a 2 km da blitz para abastecer.
Não é que o frentista queria enganar o Fernando e embolsar 5,00 soles.
Seguimos para Arequipa que era o nosso destino, na estrada paramos numa cidade
chamada Montegua, onde tínhamos sido aconselhados pelos policiais da Aduana da saída
de Tácnica (sim passamos por 2 aduanas no Peru, no mesmo dia).
No pedágio onde paramos encontramos um policial (honesto) que nos aconselhou a
voltar para o Chile pois perto de Arequipa havia uma revolda de populares que
impediu a estrada e já estavam a 13 dias protestando. Tristes, fomos tomar um
refrigerante ao lado de onde paramos. Pesquisamos no mapa e depois consultamos o
policial que confirmou que existia um caminho, cheio de curvas, mas asfaltado que
levava para Puno que fica derto de Cusco.
Felizes, nos pusemos na estrada, paramos em um posto onde uma frentista muito,
mas muito simpática nos atendeu. Ela é uma garota muito simples e ela queria se
comunicar conosco, mas ela queria faze-lo em inglês. Foi um gesto muito bonito dela
que nos tocou. Enchemos os tanque e ainda as garrafas PETs com combustível, para uma
emergência.
Rodamos bastante e realmente a estrada tinha muitas curvas e a paisagem era muito
bonita. Chegamos a maior altura desta viagem, 4.800 mts. O problema foi quando o sol
começou a se pôr. Eu tinha me agasalhado, porem o Fernando não conseguiu se
agasalhar muito. Como não achamos postos, acabamos parando numa das casas a beira da
estrada para abastecer.
Foi a primeira vez que abastecemos desta forma, colocam a gazolina num balde que
mede exatamente um galão e colocam um funil com um pano para não ir impuresas no
tanque. Tiramos muitas fotos e aproveitamos a parada para uma decisão muito séria
que tivemos. Resolvemos parar a viagem, pois estava muito frio, decisão que se
mostrou muito acertada, pois mais tarde descobrimos que a temperatura baixa muito na
região chegando facilmente a baixo de zero.
Chegamos numa vila que tinha 2 pousadas, e fomos escoltados por um guarda
municipal a uma pousada que tinha garagem para nossas motos. Este guarda até nos
acompanhou a colocar nossas malas no quarto, e nos convenceu a jantarmos na pousada
que tinha um restaurante. Nós o convidamos para jantar conosco, para poder retribuir
um pouco tudo o que ele havia nos feito até aquele momento. A comida foi algo muito
interessante, nos serviram uma sopa muito gostosa de carne e macarrão, depois um
prato de arroz, com ovo tomate e um mix de carne ralada que era muito bom.
Como eu estava ainda sofrendo com o frio e a desidratação que tive, pedi licença
e fui tentar tomar um banho, o qual para o meu desespero não pude ter, pois o
chuveiro elétrico não funcionava. Quando o Fernando voltou para o quarto, ele me
disse que tomou um chá delicioso depois. Ele até tentou com a senhorinha que era a
Dona da pousada ligar o chuveiro, mas não teve geito. Dormimos desmaiados sem tomar
banho.depois de ter suado muito.

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