Eu continuava mal do estômago, mas devido a insistência do Fernando fui tomar o café da manhã, o qual era de encher os olhos. Nada de pão contado, nem de café fraco ou em pó, era um legítimo café da manhã brasileiro. Pra sermos sinceros, durante a manhã tivemos problemas em nos comunicar com o pessoal, pois sem querer utilizavamos expressões em castelhano. Como progamado nós pegamos um taxi e fomos para o Paraguai fazer compras. Como hoje era domingo a cidade del Leste estava calma. Me chamou muito a atenção o fato que quando estávamos na rua o vendedores ambulantes ficavam nos cutucando e chamando a atenção constantemente tentando vender suas mercadorias. Uma das coisas que eu não sabia era que precisámos pechinchar na hora da compra. Os produtos expostos em sua maioria não têm preços. Ficamos umas três horas aproximadamente, mesmo se quisésemos ficar mais não daria, pois o comércio fecha ao meio-dia. Combinamos com o taxista que nos levou um horário para nos trazer de volta. Fomos almoçar numa churrascaria perto do hotel. Eu não estava bem, só comi devido a insistência do Fernando, mas tive que voltar cedo para o hotel. o Fernando foi ver as cataratas, e eu fiquei no hotel, porem não perdi tempo e liguei numa farmácia e pedi uns remédios que tomei de imediato. Duas horas depois estava começando a me sentir mais animado e ainda com um ânimo cada vez maior. Quando o Fernando chegou eu já estava de pé e tomando um banho. Vi com certa inveja as fotos que ele tirou, mas sabia que tinha feito a escolha certa, pois amanhã poderei pegar a estrada sem mêdo. Descançamos no quarto eu colocando o blog em dia e o Fernando lendo o manual do relógio que ele comprou, super animado. Como esta seria a nossa última noite juntos nesta aventura, resolvemos ignorar a minha necessidade de ir direto pro banheiro e fomos jantar fora. Fomos para um barzinho perto do hotel com nossas motos onde parecia ser bem animado. o Fernando pediu uma porção de calabresa e eu um macarrão com bife, ambos não conseguimos terminar de comer pois as porções eram muito grandes. Como o Fernando era o único que podia beber, este tomou por mim e por ele. Ficamos relembrando partes da viagem e terminamos saudosos em saber que amanhã a aventura acabará, mas o importante é o que estamos levando dentro de nós e os amigos que fizemos. Teremos histórias para contar por muito tempo e isto é que importa, esta aventura nunca acabará, para nós pois ela está viva dentro da gente.
29 - Joaquin V. Gonzales - Foz do Iguaçu(1.251 Km)
Acordamos dispostos a fazer uma loucura, ir direto para Foz do Iguaçu, nós nem sabíamos qual era a distância exata, mas estávamos decididos a chegar ao Brasil. Saímos meio tarde de Joaquim V.Gonzales, pois eu não consegui acordar cedo, não estava muito bem e dormi mal. Durante nossos primeiros 400 km fomos parados duas vezes por dois comandos diferentes, porem ambos interessados em bater um papo e saber mais sobre nossas motos e nossa viagem. A estrada que rodamos é uma reta só em sua maioria, nos 900 km iniciais foi esta reta. Quando estávamos em Resistência paramos numa rotatória para conferir o caminho pelo mapa e tivemos uma infeliz descoberta. O Fernando guardava no bauleto traseiro duas garrafas Pet com gazolina, uma delas furou dentro do bauleto e vazou. Foi uma guai só, os mapas, e alguns presentes ficaram danificados. Nos últimos kilômetros o Fernando sofreu com a gazolina de alta octanagem, pois os postos não tinham a gazolina normal, e a moto dele começou a ficar com problemas na marcha lenta irregular, e falhava em baixas rotações. Porem quando chegamos mais perto da fronteira conseguimos substituir a gazolina pela correta. Eu comecei a passar um pouco mal, tendo que parar mais vezes para ir ao banheiro. Quando chegamos em Foz, nem acreditamos que não precisamos fazer a aduana, pois só precisamos carimbar o passaporte na imigração, as motos por serem nossas e brasileiras não precisaram de nada, devido ao Mercosul. O Fernando que já tinha estado em Foz antes, soube se localizar rapidamente e atravez do GPS achamos 3 hoteis, mas ficamos em um que sem querer havíamos parado em frente e devido a minha urgência de ir ao banheiro ficou sendo o hotel escolhido. Eu fiquei novamente no quarto, e o Fernando saíu para jantar. Eu não estava bem e dormi logo.
28 - Jujuy - Joaquin V. Gonzales(270 Km) Como havíamos combinado o Fernando pegou a minha moto com somente um bauleto traseiro e partiu para Salta (240 km de ida e volta),para pegar as peças da moto que necessitávamos para continuar a viagem. O pessoal da loja "Divisão duas Rodas" o recebeu muito bem, fornecendo tudo quanto é informação e dando uma atenção muito especial. Um um agradecimento especial ao pessoal da equipe que está separado em quem esteve na foto no momento e quem não pode estar na foto. Foto: Viejo Alberto, Andres, Marcos, David e Maria Marta Quem não pode estar na foto: Botina, Anjura e Massi. Com as peças na mão o Fernando voltou correndo para Jujuy direto para a oficina da Yuhmak, para eles podertems colocar nas motos. Depois ele foi se encontrar comigo no hotel, onde eu estava colocando o nosso blog em dia. O Fernando tinha elogiado o pessoal pois as lojas ficavam abertas até 20:30, isto porque elas abriam 8:00 da manhã. Realmente pensamos que o pessoal desta cidade era pra lá de trabalhador. Depois do almoço descobrimos o que causava esta mágica trabalhista. Eles têm um tempo para a sesta de 3 horas e meia, como disse o Fernando, não é sesta é um sono pesado. A cidade inteira se fecha neste meio tempo. O geito foi arrumar o que fazer, pra não entrarmos em desespero, pois queríamos subir nas motos e pegar a estrada. Fomos para o centro sacar dinheiro e depois ficamos numa loja de conveniência esperando o tempo passar comendo e bebendo. Quando deu 16:30 estávamos em frente da oficina ansiosos para consertar a moto do Fernando. Esta ainda teve que esperar um pouco pois o pinhão necessitou ser torneado um pouco. Um detalhe, o pinhão específico da moto o Fernando não conseguiu, o que ele conseguiu foi um com 2 dentes a menos o que provoca uma rotação maior, maior torque e consequentimente maior consumo, porem dá pra chegar no Brasil e lá trocar pelo original. A moto ficou pronta às 19:00 horas. Tiramos uma foto especial com toda a equipe da Yuhmak, que se tornaram nossos amigos e que vão deixar saudades. Segue o nome deles: Daniel Punce, Pedro Caero, Miguel Menu e Pablo Turi. Um detalhe importante que nos emocionou, foi o fato do Daniel não querer passar o preço para nós do serviço, pois ele não queria cobrar os amigos, mas mesmo assim o Fernando fez questão de pagar o conserto. Tristes em deixar estes amigos tão especiais, porem felizes em estar de novo na estrada nos colocamos a caminho. Rodamos pouco, porem o que importa é que ficamos mais perto do Brasil. Chegamos em Joaquim V.Gonzales, uma cidade pequena que muito lembra a nossa querida Piraju. Uma coisa que nos chamou a atenção logo que chegamos foi a grande quantidade de motos na cidade e que ninguem utilizava capacete. Descobrimos um hotel bem simples e bem antigo no centro, o qual tinha um banheiro assombrado, pois ele não parava de fazer barulho e nem de vazar água. Enquanto tirávamos nossas coisas das motos um carro da polícia parou do nosso lado e pediu os documentos do Fernando. Enquanto o Fernando corria para procurar os documentos eu fiquei puxando papo com os outros policias. Eu não estava me sentindo bem e resolvi ficar no hotel, já o Fernando foi jantar numa lanchonete no centro e onde ficou impressionado com a velocidade do chapeiro, depois voltou para o hotel. Tivemos uma ótima impressão de Joaquim, pois fomos muito bem recebidos pelo vossos habitantes.
Dormimos exatas 4 Hrs. Quando acordamos, estávamos com o corpo dolorido, eu estava com muita dôr no ombro, o Fernando tambem, devido a força que fizera no dia anterior. O Fernando me deu um emplasto para colocar no ombro e ele fez o mesmo. Quando fomos tomar o café vimos o Leandro que tinha chego quase na mesmo hora em La Quiaca, e ele já tinha deixado no hotel sua moto e nossas malas. O café da manhã, foi animado, o Juan contava do susto que teve ao me ver extendido no chão, e o Mathias ria com o Fernando das fotos que fizemos ontem em nossas paradas. Já o coitado do Leandro estava tão moído quanto nós pois dormira na carroceria do caminhão com quase nada para aquecelo. Arrumamos nossas coisas quando o Juan apareceu com um pneu de cross que ele comprara para pôr na Kawazaki do Leandro, até poderem chegar a uma cidade grande e trocar pelo correto. Passamos na alfândega Boliviana muito rapidamente, e sem precisar pagar nada pra Santa alguma, e com muita felicidade fomos fazer a alfândega Argentina. O Juan não parava de contar que nunca mais poria os pés na Bolívia. Paramos num posto do lado Argentino da fronteira para abastecer e com muita, mas muita tristeza no coração nos despedimos de nossos amigos. Tivemos 3 dias de muita ação camaradagem e adrenalina juntos, coisas que ficam no lado direito do peito. A estrada tratou de tirar o pó de nossas roupas, aliás ventou muito mesmo neste trecho. Estávamos muito cansados, e para piorar o problema da moto do Fernando ainda continuava, a corrente começou a patinar no pinhão. Começou a chover e sinceramente, eu fui bem devegar, pois estava cansado e com mêdo ainda, pois ontem por muitas vezes peguei derrapadas difíceis de controlar com a moto, e não queria nada a não ser uma curta e segura viagem. Nossos planos eram de irmos para Salta, que lá é uma cidade grande e sabíamos que encontraríamos peças para nossas motos. Paramos a 110 Km, antes em Jujuy, para esticar um pouco a corrente do Fernando e comermos algo. Como a cidade era grande, tive a idéia de tentar procurar mecânico ali. O pessoal da lanchonete que paramos nos indicou uma loja e um cliente muito legal, nos levou até a metade do caminho. Conseguimos uma corrênte a qual mais tarde descobrimos que não servia, mas levamos a moto do Fernando para uma oficina onde vimos qual era a extensão do estrago. O problema além da corrente foi tambem o estrago no pinhão que estava quase sem dentes de tão gasto que se encontrava. Eu consegui um hotel não era muito longe da oficina e guardei toda a minha bagagem, depois apanhei o Fernando e viemos descançar. Nós conversamos como faríamos com nossa programação de viagem de amanhã e assim como nossa volta. Eu estava com dôr no ombro e na mão de tanto dirigir e muito mais muito sono e fui dormir cêdo. O Fernando buscou uma pizza e uma garrafa de vinho para nós comermos. Pena que eu estava desmaiado na cama.
Este dia foi inesquecível. Hoje o dia foi marcado por muita, mas muita emoção, adrenalina e porque não dizer muito mas muito mêdo. Acordamos cinco da manhã, como havíamos combinado. Nossa programação era; irmos até o meio do caminho entre La Paz e Potosi e nos separarmos. Os nossos amigos argentinos Juan Carlos e filhos iriam para a fronteira com a Argentina e nós iríamos para o Uyuni. No meio do caminho os problemas começaram a aparecer. A moto do Fernando começou a mostrar problemas na corrente, que ficava seca, ela super-aqueceu por tensionar demasiadamentee acabou por derreter os orings. Paramos e afrouxamos a corente e a cada 100 Km nós engraxávamos de novo a corrente. Com um problema assim tão sério, tomamos a decisão mais dolorida e correta que tínhamos pela frente, abortamos nossa ida ao Uyuni e seguimos viagem para a fronteira com nossos amigos. Chegamos em Potosí e tivemos um pequeno problema no pedágio. Queriam cobrar a passagem das motos, o Juan Carlos ficou indignado, pois até aquela altura da viagem nenhum pedágio nos cobrou e discutiu e com razão com o cara do pedágio que queria ainda cobrar o valor igual ao dado a carros. Em nenhum pedágio existe uma tabela com valores de motos, só eixos de carros e caminhões. No fim das contas o cara do pedágio exausto de discutir nos deixou passar. Paramos em um posto para abastecer e o frentista nos informou que estávamos a 300 Km da fronteira, e ele repetiu o que todos já haviam nos dito. A estrada era asfaltada e tinha alguns quilômetros de terra. A verdade nua e crua e que tinha no máximo 50 km de asfalto esparso em toda esta extenção e o resto era terra. A estrada toda estava em obras, e só de compactação, não havia trechos grandes de asfalto terminado. No meio do caminho a moto do Leandro (Kawasaki) furou o pneu que já estava bem gasto e a terra acabou com o resto dela. Paramos e fizemos o remendo. O Fernando chegou um pouco depois, devido a mais uma parada para acertar a corrente, e nos ajudou a encher o pneu com a bomba de pé que ele levava consigo na moto. A estrada de terra seguia em frente e nós acreditávamos que o trecho de terra não teria mais que 80 km. Pegamos um micro pedaço de asfalto e paramos numa cidade. Lá soubemos que o resto de todo o trecho era de terra, diante deste fato conseguimos achar um caminhão que ia para La Quiaca onde colocamos a moto do Leandro e ele. O Fernando tevê a ótima idéia (assim achamos no princípio) de deixar nossos bauletos e nossas bagagens no caminhão para podermos andar mais leves na péssima estrada de terra (hippio). Com muito custo, andamos em meio a diversos desvios de noite até uns 95 Km de nossa última parada. Neste trecho tinha uma minúscula cidade com um pedágio. Após o pedágio eu encontrei o Fernando num "restaurante", o Juan e o Mathias que vinham na Varadeiro atrás de mim pararam ao vê-lo. Colocamos as motos quase que de frente ao restaurante, já que ali havia bastante gente e fomos comer algo. Quem comeu foi o Fernando e o Mathias eu e o Juan Carlos só bebemos Coca. No meio da janta eu fui ver as motos e vi que tinham me roubado uma pequena mala de cosméticos que eu havia comprado para a minha esposa e que nela estavam alguns presentes que eu comprei no Peru para os meus amigos e familiares. Fiquei Puto, pois havia gente na rua todo o tempo, a moça do restaurante, que fez a comida para o Fernando (a cozinha é na rua), o pessoal do bar do lado e uma moça vendendo doces na esquina. Ficamos muito preocupados com nossa bagagem que estava no caminhão. Alguem poderia facilmente pular no caminhão e levar as nossas malas. Resultado, fomos para o pedágio na entrada da cidade e ficamos esperado nervosos e angustiados o caminhão chegar. Tentamos descançar e dormir um pouco, mas não conseguimos. Quando o caminhão apareceu vimos que estava tudo certo. O Leandro mudou-se da cabine para dentro do caminhão numa lona para ficar vigiando a bagagem. Desta parte da viagem nem gosto de me lembrar, agora. O Fernando ia na frente a maior parte do caminho, pois ele têm muita experiência com terra e com a moto dele ruim do geito que estava, tendo que parar sempre para acertar a corrêia, ele não podia andar devagar. Na estrada de terra a técnica para passar areiões, costeletas e obstáculos é sempre acelerar para nao perder aderência, daí devemos arrumar coragem para nunca frear nem diminuir muito, e nas curvas andarmos sempre reto e se possível utilizar os pés para dar equilíbrio. Eu mais tarde vim a saber, o Juan Carlos não tínhamos muito experiência com este tipo de estrada, assim como eu. O Fernando passou por um posto de guarda, e eu que vinha a poucos metros atrás fui fazer o mesmo, quando um guarda imbecíl e criminosamente me puxa uma corrêia bloqueando a estrada. A última coisa que me lembro, foi a roda dianteira da moto levando como se fosse um elástico a corrente, depois não me lembro de mais nada. O que sei, foi o Juan que me contou. Ele disse que me viu deitado estirado no chão, um guarda do lado (provavelmente o assassino que puxou a corrêia). Ele pulou da moto em minha direção e o Mathias correu na frente dele e foi verificar a minha pulsação. O Mathias é salva-vidas tambem. Ele mobilizou a minha cabeça enquanto o Juan gritava com os policiais para que fizessem algo e chamassem uma ambulância. Eles viram que eu começava a voltar a sí e me fizeram um monte de perguntas, tipo o meu nome, quantos filhos tenho até que tentasse mover os pés e etc... Felizmente eu estava bem, com uma dôr no ombro, mas sem nenhum arranhão, graças a minha roupa, a terra fofa e por estar a uma velocidade bem baixa, acho que uns 50 Km/h, naquele trecho. O Fernando apareceu assim como o chefe do posto, que disse que a ambulância estava a caminho, o Juan disse querendo matar o guarda com o olhar, para cancelar a ambulância que eu estava bem. O Leandro que apareceu com o caminhão começou a pedido do pai a filmar toda a situação e os guardas se acorvadaram e foram pra dentro da guarita dizendo que um carro da polícia estava a caminho e que eles tinham que fazer um relatório. Putos, e silenciosamente, nos aproveitamos do mêdo dos guardas da câmera e subimos nas nossas motos e seguimos viagem. Estávamos exaustos de andar na estrada e para piorar ainda descobrimos, às 3:45 am, que tínhamos errado o caminho por uns 50 km nesta péssima estrada. O Fernando mal conseguiu abrir a mão pois a embragem que ele tinha que controlar direto na moto devido a corrente, era muito dura. Eu estava no limite de minhas forças assim como o Juan. Muito , mas muito cansados demos a volta e conseguimos voltar. Vinte minutos depois chegamos gelados em La Quiaca. Enquanto esquentávamos nossas mãos nos escapamentos, decidimos achar um hotel e dormir, isto porque já eram 5:00 Am e estávamos 24 Hrs em nossas motos. Pegamos o primeiro hotel que estava aberto, e fomos tomar um banho e dormir, com o corpo todo dolorido.
Eu já tinha ouvido muitos relatos sobre uma tal rodovia da morte que existe em La Paz, e que muitos motociclistas faziam questão de passar por ela. Bom esta rodovia, existe ainda e é muito perigosa, pois é cascalhada com rios cortando a estrada e muitos precipícios em sua extensão. Ela fica fora de La Paz, perto da cidade de Coroico Durante o nosso café da manhã, que foi marcado por termos derrubado 2x o suco na mesa (a segunda fui eu), decidimos como seria nosso percurso. Pegamos nossas motos e deixamos no hotel toda a nossa bagagem que poderia nos atrapalhar na estrada de terra. O Juan Carlos foi na frente quase que todo o percurso perguntando a toda hora qual era o caminho a seguir para a Rodovia da Morte. Olha foi muito bom para nós a ajuda dele, pois o tratamento nos dado foi totalmente diferente do que tínhamos quando estávamos sozinhos. Basta dizer que os guardas quando pediam nossa documentação muita vezes nem olhavam a nossa, o faziam só com a dele que ele imediatamente dizia que a nossa tambem estava correta. Uma coisa que chamou a atenção durante nosso trajeto, foi a quantidade de blitz tanto da polícia quanto do exército pela cidade. Descobrimos com muita felicidade a "Rodovia da Morte". Decidimos que ninguem faria nenhuma loucura, antes de começarmos a descida. Descida, sim, porque o que tínhamos programado era fazer a subida pela Rodovia da Morte e a descida por uma estrada asfaltada recem construída que substituiu a antiga rodovia. O problema é que não descobrimos como descer pelo asfalto e subir pela rodovia que teoricamente seria mais seguro. Nesta rodovia existe muitas agências de turismo que trabalham lá fazendo passeios por ela de bicicleta. Durante todo o nosso percurso encontramos muitos mas muitos ciclistas fazendo trilha por ela. A rodovia realmente é perigosa, mas como fomos muito devagar, pudemos desfrutar o percuso todo com segurança e com muito tempo. Tiramos muitas fotos juntos, dentro das nacentes que brotam e que cruzam a estrada, filmamos bastante os trechos onde deságua água das pedras acima da rodovia. Um dado interessante deste passeio é que saímos de La Paz a uma altura de aproximadamente 4.050 mt e chegamos e Coroico que é a 1.200 mts. Por isto quando chegamos no final da rodovia estávamos sofrendo muito com o calor e quando voltamos estávamos morrendo de frio. A volta foi meio que complicada, pois até chegarmos no ponto que havíamos saído demorou bastante, e pegamos muito cascalho, pedra, e asfalto com buraco. Já na cidade até que conseguimos nos localizar rapidamente e chegarmos bem ao hotel. Bem, digamos assim, bem sujos, pois nossa roupa estava puro pó, já a nossa cara nem se fala. Tomamos um banho merecido e fomos descançar. O Fernando foi com o Juan Carlos e o Leandro para a cidade retirar dinheiro. Eu fiquei no hotel colocando nosso blog em dia, o qual estava realmente atrasado. De noite, resolvemos pegar uma van, e fomos todos até uma rua onde havia bastante lugares para comer. Bem dito assim parece tudo fácil, mas o serviço de Van é algo de 3° mundo, o pessoal se pendura na janela e grita o destin, nem nossos amigos argentinos souberam entender o que eles gritavam, a solução foi a moça do hotel parar uma van para nós. O serviço de van é muito barato e custa um bolivar por pessoa. Na rua em questão só tinha lugares que vendiam frango, para o nosso desespero. Andamos mais que 6 quarteirões em tudo quanto é loja perguntando se serviam algo além de frango. Toda a comida é feita na calçada e servida dentro dos estabelecimentos, higiêne é uma palavra desconhecida aqui. Conseguimos achar um local que servia hambuguer. Foi com muita felicidade que jantamos um hamburguer bem simplinho. Depois saímos para comprar bolachas para o nosso café da manhã de amanhã e fomos para o hotel de Van, dormir.