terça-feira, 27 de abril de 2010

30º Dia ( Foz do Iguaçu )


30 - Foz do Iguaçu (0 Km)

Eu continuava mal do estômago, mas devido a insistência do Fernando fui tomar o
café da manhã, o qual era de encher os olhos. Nada de pão contado, nem de café
fraco ou em pó, era um legítimo café da manhã brasileiro.
Pra sermos sinceros, durante a manhã tivemos problemas em nos comunicar com o
pessoal, pois sem querer utilizavamos expressões em castelhano.
Como progamado nós pegamos um taxi e fomos para o Paraguai fazer compras. Como
hoje era domingo a cidade del Leste estava calma. Me chamou muito a atenção o fato
que quando estávamos na rua o vendedores ambulantes ficavam nos cutucando e
chamando a atenção constantemente tentando vender suas mercadorias.
Uma das coisas que eu não sabia era que precisámos pechinchar na hora da
compra. Os produtos expostos em sua maioria não têm preços. Ficamos umas três
horas aproximadamente, mesmo se quisésemos ficar mais não daria, pois o comércio
fecha ao meio-dia. Combinamos com o taxista que nos levou um horário para nos
trazer de volta.
Fomos almoçar numa churrascaria perto do hotel. Eu não estava bem, só comi
devido a insistência do Fernando, mas tive que voltar cedo para o hotel.
o Fernando foi ver as cataratas, e eu fiquei no hotel, porem não perdi tempo e
liguei numa farmácia e pedi uns remédios que tomei de imediato. Duas horas depois
estava começando a me sentir mais animado e ainda com um ânimo cada vez maior.
Quando o Fernando chegou eu já estava de pé e tomando um banho. Vi com certa
inveja as fotos que ele tirou, mas sabia que tinha feito a escolha certa, pois
amanhã poderei pegar a estrada sem mêdo.
Descançamos no quarto eu colocando o blog em dia e o Fernando lendo o manual do
relógio que ele comprou, super animado.
Como esta seria a nossa última noite juntos nesta aventura, resolvemos ignorar
a minha necessidade de ir direto pro banheiro e fomos jantar fora.
Fomos para um barzinho perto do hotel com nossas motos onde parecia ser bem
animado. o Fernando pediu uma porção de calabresa e eu um macarrão com bife, ambos
não conseguimos terminar de comer pois as porções eram muito grandes.
Como o Fernando era o único que podia beber, este tomou por mim e por ele.
Ficamos relembrando partes da viagem e terminamos saudosos em saber que amanhã a
aventura acabará, mas o importante é o que estamos levando dentro de nós e os
amigos que fizemos. Teremos histórias para contar por muito tempo e isto é que
importa, esta aventura nunca acabará, para nós pois ela está viva dentro da gente.

29º Dia ( Joaquin V. Gonzales / Foz do Iguaçu)

29 - Joaquin V. Gonzales - Foz do Iguaçu(1.251 Km)

Acordamos dispostos a fazer uma loucura, ir direto para Foz do Iguaçu, nós nem
sabíamos qual era a distância exata, mas estávamos decididos a chegar ao Brasil.
Saímos meio tarde de Joaquim V.Gonzales, pois eu não consegui acordar cedo, não
estava muito bem e dormi mal.
Durante nossos primeiros 400 km fomos parados duas vezes por dois comandos
diferentes, porem ambos interessados em bater um papo e saber mais sobre nossas
motos e nossa viagem.
A estrada que rodamos é uma reta só em sua maioria, nos 900 km iniciais foi
esta reta.
Quando estávamos em Resistência paramos numa rotatória para conferir o caminho
pelo mapa e tivemos uma infeliz descoberta. O Fernando guardava no bauleto
traseiro duas garrafas Pet com gazolina, uma delas furou dentro do bauleto e
vazou. Foi uma guai só, os mapas, e alguns presentes ficaram danificados.
Nos últimos kilômetros o Fernando sofreu com a gazolina de alta octanagem, pois
os postos não tinham a gazolina normal, e a moto dele começou a ficar com
problemas na marcha lenta irregular, e falhava em baixas rotações. Porem quando
chegamos mais perto da fronteira conseguimos substituir a gazolina pela correta.
Eu comecei a passar um pouco mal, tendo que parar mais vezes para ir ao
banheiro.
Quando chegamos em Foz, nem acreditamos que não precisamos fazer a aduana, pois
só precisamos carimbar o passaporte na imigração, as motos por serem nossas e
brasileiras não precisaram de nada, devido ao Mercosul.
O Fernando que já tinha estado em Foz antes, soube se localizar rapidamente e
atravez do GPS achamos 3 hoteis, mas ficamos em um que sem querer havíamos parado
em frente e devido a minha urgência de ir ao banheiro ficou sendo o hotel
escolhido.
Eu fiquei novamente no quarto, e o Fernando saíu para jantar. Eu não estava bem
e dormi logo.

28º Dia (Jujuy / Joaquin V Gonzales )

28 - Jujuy - Joaquin V. Gonzales(270 Km)
Como havíamos combinado o Fernando pegou a minha moto com
somente um bauleto
traseiro e partiu para Salta (240 km de ida e volta),para pegar as
peças da moto
que necessitávamos para continuar a viagem.
O pessoal da loja "Divisão duas Rodas" o recebeu muito bem,
fornecendo tudo
quanto é informação e dando uma atenção muito especial. Um um
agradecimento
especial ao pessoal da equipe que está separado em quem esteve na
foto no momento
e quem não pode estar na foto.
Foto: Viejo Alberto, Andres, Marcos, David e Maria Marta
Quem não pode estar na foto: Botina, Anjura e Massi.
Com as peças na mão o Fernando voltou correndo para Jujuy direto
para a oficina
da Yuhmak, para eles podertems colocar nas motos. Depois ele foi se
encontrar
comigo no hotel, onde eu estava colocando o nosso blog em dia. O
Fernando tinha
elogiado o pessoal pois as lojas ficavam abertas até 20:30, isto
porque elas
abriam 8:00 da manhã. Realmente pensamos que o pessoal desta cidade
era pra lá de
trabalhador.
Depois do almoço descobrimos o que causava esta mágica
trabalhista. Eles têm um
tempo para a sesta de 3 horas e meia, como disse o Fernando, não é
sesta é um sono
pesado.
A cidade inteira se fecha neste meio tempo.
O geito foi arrumar o que fazer, pra não entrarmos em desespero,
pois queríamos
subir nas motos e pegar a estrada. Fomos para o centro sacar
dinheiro e depois
ficamos numa loja de conveniência esperando o tempo passar comendo
e bebendo.
Quando deu 16:30 estávamos em frente da oficina ansiosos para
consertar a moto
do Fernando. Esta ainda teve que esperar um pouco pois o pinhão
necessitou ser
torneado um pouco. Um detalhe, o pinhão específico da moto o
Fernando não
conseguiu, o que ele conseguiu foi um com 2 dentes a menos o que
provoca uma
rotação maior, maior torque e consequentimente maior consumo,
porem dá pra chegar
no Brasil e lá trocar pelo original.
A moto ficou pronta às 19:00 horas. Tiramos uma foto especial com
toda a equipe
da Yuhmak, que se tornaram nossos amigos e que vão deixar saudades.
Segue o nome
deles: Daniel Punce, Pedro Caero, Miguel Menu e Pablo Turi. Um
detalhe importante
que nos emocionou, foi o fato do Daniel não querer passar o preço
para nós do
serviço, pois ele não queria cobrar os amigos, mas mesmo assim o
Fernando fez
questão de pagar o conserto.
Tristes em deixar estes amigos tão especiais, porem felizes em
estar de novo na
estrada nos colocamos a caminho. Rodamos pouco, porem o que importa
é que ficamos
mais perto do Brasil.
Chegamos em Joaquim V.Gonzales, uma cidade pequena que muito
lembra a nossa
querida Piraju. Uma coisa que nos chamou a atenção logo que
chegamos foi a grande
quantidade de motos na cidade e que ninguem utilizava capacete.
Descobrimos um hotel bem simples e bem antigo no centro, o qual
tinha um
banheiro assombrado, pois ele não parava de fazer barulho e nem de
vazar água.
Enquanto tirávamos nossas coisas das motos um carro da polícia
parou do nosso lado
e pediu os documentos do Fernando. Enquanto o Fernando corria para
procurar os
documentos eu fiquei puxando papo com os outros policias.
Eu não estava me sentindo bem e resolvi ficar no hotel, já o
Fernando foi jantar
numa lanchonete no centro e onde ficou impressionado com a
velocidade do chapeiro,
depois voltou para o hotel.
Tivemos uma ótima impressão de Joaquim, pois fomos muito bem
recebidos pelo
vossos habitantes.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

27º Dia (La Quiaca / Jujuy )


27 - La Quiaca - Jujuy (300 Km)

Dormimos exatas 4 Hrs.
Quando acordamos, estávamos com o corpo dolorido, eu estava com muita dôr no
ombro, o Fernando tambem, devido a força que fizera no dia anterior. O Fernando me
deu um emplasto para colocar no ombro e ele fez o mesmo.
Quando fomos tomar o café vimos o Leandro que tinha chego quase na mesmo hora
em La Quiaca, e ele já tinha deixado no hotel sua moto e nossas malas. O café da
manhã, foi animado, o Juan contava do susto que teve ao me ver extendido no chão,
e o Mathias ria com o Fernando das fotos que fizemos ontem em nossas paradas. Já o
coitado do Leandro estava tão moído quanto nós pois dormira na carroceria do
caminhão com quase nada para aquecelo.
Arrumamos nossas coisas quando o Juan apareceu com um pneu de cross que ele
comprara para pôr na Kawazaki do Leandro, até poderem chegar a uma cidade grande e
trocar pelo correto.
Passamos na alfândega Boliviana muito rapidamente, e sem precisar pagar nada
pra Santa alguma, e com muita felicidade fomos fazer a alfândega Argentina. O Juan
não parava de contar que nunca mais poria os pés na Bolívia.
Paramos num posto do lado Argentino da fronteira para abastecer e com muita,
mas muita tristeza no coração nos despedimos de nossos amigos. Tivemos 3 dias de
muita ação camaradagem e adrenalina juntos, coisas que ficam no lado direito do
peito.
A estrada tratou de tirar o pó de nossas roupas, aliás ventou muito mesmo neste
trecho.
Estávamos muito cansados, e para piorar o problema da moto do Fernando ainda
continuava, a corrente começou a patinar no pinhão. Começou a chover e
sinceramente, eu fui bem devegar, pois estava cansado e com mêdo ainda, pois ontem
por muitas vezes peguei derrapadas difíceis de controlar com a moto, e não queria
nada a não ser uma curta e segura viagem.
Nossos planos eram de irmos para Salta, que lá é uma cidade grande e sabíamos
que encontraríamos peças para nossas motos. Paramos a 110 Km, antes em Jujuy, para
esticar um pouco a corrente do Fernando e comermos algo. Como a cidade era grande,
tive a idéia de tentar procurar mecânico ali. O pessoal da lanchonete que paramos
nos indicou uma loja e um cliente muito legal, nos levou até a metade do caminho.
Conseguimos uma corrênte a qual mais tarde descobrimos que não servia, mas
levamos a moto do Fernando para uma oficina onde vimos qual era a extensão do
estrago. O problema além da corrente foi tambem o estrago no pinhão que estava
quase sem dentes de tão gasto que se encontrava.
Eu consegui um hotel não era muito longe da oficina e guardei toda a minha
bagagem, depois apanhei o Fernando e viemos descançar. Nós conversamos como
faríamos com nossa programação de viagem de amanhã e assim como nossa volta. Eu
estava com dôr no ombro e na mão de tanto dirigir e muito mais muito sono e fui
dormir cêdo. O Fernando buscou uma pizza e uma garrafa de vinho para nós comermos.
Pena que eu estava desmaiado na cama.

26º Dia (La Paz / La Quiaca )

26 - La Paz - La Quiaca (930 Km)

Este dia foi inesquecível.
Hoje o dia foi marcado por muita, mas muita emoção, adrenalina e porque não
dizer muito mas muito mêdo.
Acordamos cinco da manhã, como havíamos combinado.
Nossa programação era; irmos até o meio do caminho entre La Paz e Potosi e nos
separarmos. Os nossos amigos argentinos Juan Carlos e filhos iriam para a
fronteira com a Argentina e nós iríamos para o Uyuni.
No meio do caminho os problemas começaram a aparecer.
A moto do Fernando começou a mostrar problemas na corrente, que ficava seca,
ela super-aqueceu por tensionar demasiadamentee acabou por derreter os orings.
Paramos e afrouxamos a corente e a cada 100 Km nós engraxávamos de novo a
corrente. Com um problema assim tão sério, tomamos a decisão mais dolorida e
correta que tínhamos pela frente, abortamos nossa ida ao Uyuni e seguimos viagem
para a fronteira com nossos amigos.
Chegamos em Potosí e tivemos um pequeno problema no pedágio. Queriam cobrar a
passagem das motos, o Juan Carlos ficou indignado, pois até aquela altura da
viagem nenhum pedágio nos cobrou e discutiu e com razão com o cara do pedágio que
queria ainda cobrar o valor igual ao dado a carros. Em nenhum pedágio existe uma
tabela com valores de motos, só eixos de carros e caminhões. No fim das contas o
cara do pedágio exausto de discutir nos deixou passar.
Paramos em um posto para abastecer e o frentista nos informou que estávamos a
300 Km da fronteira, e ele repetiu o que todos já haviam nos dito. A estrada era
asfaltada e tinha alguns quilômetros de terra.
A verdade nua e crua e que tinha no máximo 50 km de asfalto esparso em toda
esta extenção e o resto era terra. A estrada toda estava em obras, e só de
compactação, não havia trechos grandes de asfalto terminado.
No meio do caminho a moto do Leandro (Kawasaki) furou o pneu que já estava bem
gasto e a terra acabou com o resto dela. Paramos e fizemos o remendo. O Fernando
chegou um pouco depois, devido a mais uma parada para acertar a corrente, e nos
ajudou a encher o pneu com a bomba de pé que ele levava consigo na moto. A estrada
de terra seguia em frente e nós acreditávamos que o trecho de terra não teria mais
que 80 km. Pegamos um micro pedaço de asfalto e paramos numa cidade. Lá soubemos
que o resto de todo o trecho era de terra, diante deste fato conseguimos achar um
caminhão que ia para La Quiaca onde colocamos a moto do Leandro e ele. O Fernando
tevê a ótima idéia (assim achamos no princípio) de deixar nossos bauletos e nossas
bagagens no caminhão para podermos andar mais leves na péssima estrada de terra
(hippio).
Com muito custo, andamos em meio a diversos desvios de noite até uns 95 Km de
nossa última parada. Neste trecho tinha uma minúscula cidade com um pedágio. Após
o pedágio eu encontrei o Fernando num "restaurante", o Juan e o Mathias que vinham
na Varadeiro atrás de mim pararam ao vê-lo.
Colocamos as motos quase que de frente ao restaurante, já que ali havia
bastante gente e fomos comer algo. Quem comeu foi o Fernando e o Mathias eu e o
Juan Carlos só bebemos Coca. No meio da janta eu fui ver as motos e vi que tinham
me roubado uma pequena mala de cosméticos que eu havia comprado para a minha
esposa e que nela estavam alguns presentes que eu comprei no Peru para os meus
amigos e familiares. Fiquei Puto, pois havia gente na rua todo o tempo, a moça do
restaurante, que fez a comida para o Fernando (a cozinha é na rua), o pessoal do
bar do lado e uma moça vendendo doces na esquina.
Ficamos muito preocupados com nossa bagagem que estava no caminhão. Alguem
poderia facilmente pular no caminhão e levar as nossas malas. Resultado, fomos
para o pedágio na entrada da cidade e ficamos esperado nervosos e angustiados o
caminhão chegar. Tentamos descançar e dormir um pouco, mas não conseguimos. Quando
o caminhão apareceu vimos que estava tudo certo. O Leandro mudou-se da cabine para
dentro do caminhão numa lona para ficar vigiando a bagagem.
Desta parte da viagem nem gosto de me lembrar, agora.
O Fernando ia na frente a maior parte do caminho, pois ele têm muita
experiência com terra e com a moto dele ruim do geito que estava, tendo que parar
sempre para acertar a corrêia, ele não podia andar devagar. Na estrada de terra a
técnica para passar areiões, costeletas e obstáculos é sempre acelerar para nao
perder aderência, daí devemos arrumar coragem para nunca frear nem diminuir muito,
e nas curvas andarmos sempre reto e se possível utilizar os pés para dar
equilíbrio. Eu mais tarde vim a saber, o Juan Carlos não tínhamos muito
experiência com este tipo de estrada, assim como eu.
O Fernando passou por um posto de guarda, e eu que vinha a poucos metros atrás
fui fazer o mesmo, quando um guarda imbecíl e criminosamente me puxa uma corrêia
bloqueando a estrada. A última coisa que me lembro, foi a roda dianteira da moto
levando como se fosse um elástico a corrente, depois não me lembro de mais nada.
O que sei, foi o Juan que me contou.
Ele disse que me viu deitado estirado no chão, um guarda do lado (provavelmente
o assassino que puxou a corrêia). Ele pulou da moto em minha direção e o Mathias
correu na frente dele e foi verificar a minha pulsação. O Mathias é salva-vidas
tambem. Ele mobilizou a minha cabeça enquanto o Juan gritava com os policiais para
que fizessem algo e chamassem uma ambulância.
Eles viram que eu começava a voltar a sí e me fizeram um monte de perguntas,
tipo o meu nome, quantos filhos tenho até que tentasse mover os pés e etc...
Felizmente eu estava bem, com uma dôr no ombro, mas sem nenhum arranhão, graças
a minha roupa, a terra fofa e por estar a uma velocidade bem baixa, acho que uns
50 Km/h, naquele trecho.
O Fernando apareceu assim como o chefe do posto, que disse que a ambulância
estava a caminho, o Juan disse querendo matar o guarda com o olhar, para cancelar
a ambulância que eu estava bem. O Leandro que apareceu com o caminhão começou a
pedido do pai a filmar toda a situação e os guardas se acorvadaram e foram pra
dentro da guarita dizendo que um carro da polícia estava a caminho e que eles
tinham que fazer um relatório.
Putos, e silenciosamente, nos aproveitamos do mêdo dos guardas da câmera e
subimos nas nossas motos e seguimos viagem.
Estávamos exaustos de andar na estrada e para piorar ainda descobrimos, às 3:45
am, que tínhamos errado o caminho por uns 50 km nesta péssima estrada. O Fernando
mal conseguiu abrir a mão pois a embragem que ele tinha que controlar direto na
moto devido a corrente, era muito dura. Eu estava no limite de minhas forças assim
como o Juan. Muito , mas muito cansados demos a volta e conseguimos voltar. Vinte
minutos depois chegamos gelados em La Quiaca. Enquanto esquentávamos nossas mãos
nos escapamentos, decidimos achar um hotel e dormir, isto porque já eram 5:00 Am e
estávamos 24 Hrs em nossas motos.
Pegamos o primeiro hotel que estava aberto, e fomos tomar um banho e dormir,
com o corpo todo dolorido.

25º Dia (La Paz / Coroico / La Paz )

25 - La Paz - Coroico - La Paz (220 Km)

Eu já tinha ouvido muitos relatos sobre uma tal rodovia da morte que existe
em La Paz, e que muitos motociclistas faziam questão de passar por ela. Bom
esta rodovia, existe ainda e é muito perigosa, pois é cascalhada com rios
cortando a estrada e muitos precipícios em sua extensão. Ela fica fora de La
Paz, perto da cidade de Coroico
Durante o nosso café da manhã, que foi marcado por termos derrubado 2x o
suco na mesa (a segunda fui eu), decidimos como seria nosso percurso. Pegamos
nossas motos e deixamos no hotel toda a nossa bagagem que poderia nos
atrapalhar na estrada de terra.
O Juan Carlos foi na frente quase que todo o percurso perguntando a toda
hora qual era o caminho a seguir para a Rodovia da Morte. Olha foi muito bom
para nós a ajuda dele, pois o tratamento nos dado foi totalmente diferente do
que tínhamos quando estávamos sozinhos. Basta dizer que os guardas quando
pediam nossa documentação muita vezes nem olhavam a nossa, o faziam só com a
dele que ele imediatamente dizia que a nossa tambem estava correta.
Uma coisa que chamou a atenção durante nosso trajeto, foi a quantidade de
blitz tanto da polícia quanto do exército pela cidade.
Descobrimos com muita felicidade a "Rodovia da Morte". Decidimos que
ninguem faria nenhuma loucura, antes de começarmos a descida. Descida, sim,
porque o que tínhamos programado era fazer a subida pela Rodovia da Morte e a
descida por uma estrada asfaltada recem construída que substituiu a antiga
rodovia. O problema é que não descobrimos como descer pelo asfalto e subir
pela rodovia que teoricamente seria mais seguro.
Nesta rodovia existe muitas agências de turismo que trabalham lá fazendo
passeios por ela de bicicleta. Durante todo o nosso percurso encontramos
muitos mas muitos ciclistas fazendo trilha por ela. A rodovia realmente é
perigosa, mas como fomos muito devagar, pudemos desfrutar o percuso todo com
segurança e com muito tempo. Tiramos muitas fotos juntos, dentro das nacentes
que brotam e que cruzam a estrada, filmamos bastante os trechos onde deságua
água das pedras acima da rodovia.
Um dado interessante deste passeio é que saímos de La Paz a uma altura de
aproximadamente 4.050 mt e chegamos e Coroico que é a 1.200 mts. Por isto
quando chegamos no final da rodovia estávamos sofrendo muito com o calor e
quando voltamos estávamos morrendo de frio.
A volta foi meio que complicada, pois até chegarmos no ponto que havíamos
saído demorou bastante, e pegamos muito cascalho, pedra, e asfalto com buraco.
Já na cidade até que conseguimos nos localizar rapidamente e chegarmos bem ao
hotel. Bem, digamos assim, bem sujos, pois nossa roupa estava puro pó, já a
nossa cara nem se fala.
Tomamos um banho merecido e fomos descançar. O Fernando foi com o Juan
Carlos e o Leandro para a cidade retirar dinheiro. Eu fiquei no hotel
colocando nosso blog em dia, o qual estava realmente atrasado.
De noite, resolvemos pegar uma van, e fomos todos até uma rua onde havia
bastante lugares para comer. Bem dito assim parece tudo fácil, mas o serviço
de Van é algo de 3° mundo, o pessoal se pendura na janela e grita o destin,
nem nossos amigos argentinos souberam entender o que eles gritavam, a
solução foi a moça do hotel parar uma van para nós. O serviço de van é muito
barato e custa um bolivar por pessoa. Na rua em questão só tinha lugares que
vendiam frango, para o nosso desespero.
Andamos mais que 6 quarteirões em tudo quanto é loja perguntando se serviam
algo além de frango. Toda a comida é feita na calçada e servida dentro dos
estabelecimentos, higiêne é uma palavra desconhecida aqui.
Conseguimos achar um local que servia hambuguer. Foi com muita felicidade
que jantamos um hamburguer bem simplinho. Depois saímos para comprar bolachas
para o nosso café da manhã de amanhã e fomos para o hotel de Van, dormir.


24º Dia ( Cusco / La Paz )

24 - Cusco - La Paz (660 Km)

Tentamos de todo o geito tomar um banho quente, tarefa que se mostrou
difícil. O geito foi improvisar uma forma de se limpar na água fria.
Tomamos um café excelente, não que tivesse muita variedade, na verdade
tinha menos, pois muitos hóspedes tinham deixado o hotel, mas é que nos
ofereceram ovo frito. Como sabíamos que ficaríamos sem almoço, tratamos de
aproveitar e comer bastante.
Foi com muita alegria, que deixamos Cusco, primeiramente pois já tínhamos
visto quase tudo e segundo que já estávamos cansados de ficar parado. Outro
fator que deve ser levado em conta, foi o fato de estarmos deixando o Perú, e
consequentimente os guardas corruptos que cruzamos pelo caminho.
Foi muito bom ver que a maior parte do caminho já conhecíamos e portanto
não tivemos problema algum e não nos perdemos. Pudemos ver alguns grupos de
motociclistas indo para Cusco no caminho, com muita alegria cumprimentamos a
todos.
Quando estávamos deixando Puno fomos parado por uma patrulha da polícia
federal. Eles nos pertubaram muito com o nosso seguro para o Peru. Um fato
interessante foi que enquanto tentávamos convencer que o documento nosso era o
seguro certo pro policial ele resolveu parar uma Varadeiro com duas pessoas e
uma Kawazaki. Eles até nos questionaram mostrando o seguro deles, mas nós
falamos que eles não eram do Brasil, por isto o documento era diferente. No
fim das contas o guarda nos liberou, e para nossa surpresa sem pedir dinheiro.
Foi a primeira vez.
Na estrada, acabamos conversando com os três pilotos das duas motos que
encontramos na blitz. Descobrimos que são o pai com os dois filhos que estão
fazendo uma viagem desde a Argentina até a Bolívia. Como nossos caminhos eram
iguais resolvemos nos juntar. Decisão que se mostrou muito acertada para
ambos. Eles se chamam: Juan Carlos Wolder(pai), Leandro (22 anos)e Juan
Mathias que é o mais novo (19 anos)
Quando chegamos na fronteira com a Bolívia, trocamos dinheiro na praça, só
um pouco, pois o resto eu pretendo sacar com cartão, e abastecemos as motos,
antes de começarmos com a novela que seria passar pela aduana.
Os guardas do Peru, não pediram propina, e sim uma doação "de livre e
espontânia vontade" para a imagem de uma Santa que eles tinham no local. Como
não estávamos acostumados com o dinheiro eu acabei deixando uma moeda de 5 Sol
que tinha e que descobri quando fui fazer o câmbio que era falsa.
Já do outro lado da fronteira a coisa não se mostrou diferente, tambem
tivemos que fazer doação para a Santa. Foi com muito custo e paciência que
conseguimos liberar as motos e carimbar os passaportes e vistos de entrada.
Só que quando nos pomos em movimento já era noite e fomos dirigindo em meio
a blitz policiais e do exército até La Paz. Foi uns 100 Km bem movimentados.
Quando chegamos, gráças ao Juan Carlos,que fala bem espanhol, coisa que não
fazemos, localizamos um hotel para ficarmos.
Tomamos um banho quente e nos trocamos para sair e para jantar. Tentamos
achar um restaurante perto do hotel, que para a nossa infelicidade não tinha
nada. Acabamos voltando para o hotel e pegamos dois taxis que nos levaram para
o centro do bairro.
É impressionante como as ruas são sujas, os postes com muitos e muitos
fios, e muitos prédios de três andares com a construção inacabada que existe
nesta cidade. Andamos onde foi nos informado que havia restaurantes bons
abertos. O que encontramos para o desespero do Juan Carlos foi restaurantes
meia-boca que serviam frango de televisão. O coitado do Juan já não aguenta
mais comer polho (frango), desde Cusco que ele só come isto.
Pagamos primeiro para depois comer. Quando íamos saír vimos que eles
estavams lavando na calçada as peças do fogão da TV de cachorro. Sabe tudo
muito higiênico.
Fomos direto para o hotel dormir.

23º Dia Cusco ( Matchu Pitchu)

23 - Cusco - Machupichu (0 Km)

O telefone do hotel tocou e quando atendi, agradeci ao serviço de despertar
que havíamos solicitado para nos acordar. Dois minutos depois bateram em nossa
porta dizendo que a mini-van estava a nos esperar e que estávamos atrasados.
Ficamos Putos, com o vigia da noite que dormiu e não nos acordou no horário.
Corremos e muito para nos vestir e entrar na van. O problema é que
esquecemos da câmera do Fernando, ficamos só com a minha, e o meu chapéu que
fez muita falta, pois no fim do dia estava muito queimado.
Andamos um bom tempo de van até chegarmos a uma cidade pequena onde nos
deixaram para pegar o trêm que nos levaria para Machupicho.
Compramos pilhas para a minha câmera nesta parada e impacientemente
esperamos dar o horário para partirmos no trêm.
A viagem foi de 85 Km e levou uma hora e meia, mais ou menos. Uma coisa que
nos chamou a atenção nesta viagem, não foi só a paisagem maravilhosa foi
tambem termos presenciado como a ferrovia sofreu com as chuvas que gastigaram
a região a dois meses atrás. Muitos trechos foram levados pela água da chuva e
pelo rio que a ferrovia serpenteia.
Finalmente chegamos no povoado que fica abaixo de Machupichu (em àguas
Calientes), o qual não nos recordamos o nome. O nosso guia demorou e muito
para nos organizar e nos colocar no ônibus, mas neste meio tempo conhecemos
dois jovens Canadenses chamados Maxin e Guilhion (desculpem a grafia), e
ficamos assistindo a corrida de fórmula 1 que estava passando na TV, no ponto
de espera.
Quando o ônibus nos deixou em Machupicho, eu corri para comprar uma pochete
(escolha que se mostrou muito acertada), para poder colocar nossas passagens e
outras miudesas. Nossas jaquetas nós deixamos num guarda volume, já que o dia
estava quente e excepcionalmente bonito e sem nuvens.
Fomos deixados aos cuidados de um guia muito competente, aliás o primeiro
desta viagem. Fomos andando por toda a cidade, parando a cada 2 mts para
receber uma explicação e para podermos tirar fotos. Com relação a fotos, nós
tiramos cerca de 550, somente hoje.
Ficamos impressionados em saber que a cidade foi construída e estava
incabada durante cerca de 100 anos e que ali viviam no máximo 750 pessoas. A
arquitetura e o planejamento da cidade (ela foi previamente maqueteada), foram
algo espetacular. As predas com encaixe perfeito, em construções nobres, foram
frutos do trabalho de cortar com ferramentes de cobre, bronze e ferro, e de
serem lixadas uma sobre a outra. As pedras têm grau de dureza 6,5 na esca Mol
que dá para ser bem trabalhada.
O sistema de água e escoamento foram uma obra maravilhosa, já que eram a
principal preocupação dos arquitetos. O templo do Sol, o qual era o coração da
cultura deles, não nos permitiram acesso.
Quando acabou a excurção, decidimos voltar para o topo da cidade e tirar
mais fotos.
Saímos da cidade só para beber algo e depois voltamos. O Fernando me deixou
em uma pedra onde fique por muito tempo admirando a cidade e as técnicas de
construção da mesma, e ele foi tirar fotos e fazer meia trilha que levava para
o portão do Sol, que é uma outra entrada da cidade, e fica bem distante. Lá
ele pode ver a cidade de Machupichu, pequenininha e além disto conseguiu ver a
vila moderna onde fica a estação de trêm.
Quando deu quatro e meia da tarde já pegamos um dos últimos ônibus (a
cidade fecha às 5:30) e descemos para a vila. No ônibus vimos uma mulher que
parecia ser famosa, pois muitos pediam para tirar foto com ela. Na dúvida e na
curiosidade tiramos algumas fotos, discretamente, com a objetiva de minha
câmera, para mais tarde descobrirmos quem ela era.
Jantamos no segundo restaurante que vimos. Depois como tínhamos tempo
ficamos dando um passeio na vila até que desse fome de novo e decedícemos
parar para comer uma pizza. Um fato que deve ser relatado, é que a vila é
cheia de restaurante e os clientes são cassados na calçada, portanto foi
difícil andar sem sermos importunados.
Nove da noite, já estávamos na estação esperando o trêm que nos levaria de
volta. Quando chegamos na Van, encontramos nossos amigos Maxin e Guilhion e
demos muitas risadas das músicas que tocavam na van. Era uma música muito
enjoativa. A nossa motorista se perdeu uma hora e outra ficou meia hora para
contornar um caminhão que vinha na outra mão e a pista era muito estreita.
Como a nossa paciência estava acabando gritamos para que desligassem a música
e pudéssemos dormir em paz.
Chegamos no hotel às duas da manhã e tivemos que acordar o vigia da noite,
e para a nossa infelicidade quando fomos tomar banho descobrimos que estávamos
sem água quente.
Dei um geito de me banhar e fui dormir, exausto, mas muito feliz.

22º Dia (Cusco )

22 - Cusco (0 Km)

Foi engraçado poder dormir até um pouco mais tarde. Como estávamos num
hotel de 3 estrelas o café da manhã foi generoso, tinha 4 tipos de cerais,
pães a vontade assim como chá de Coca (pra quem gosta) e o café é claro.
O ônibus nos apanhou às nove horas, para fazermos nossa primeira excurção
em Cusco, na verdade nos arredores de Cusco.
Fomos para Pisac, que são umas ruínas Incas, de uma cidade de agricultores.
Aprendemos que ali só viviam camponeses e pessoas da classe média baixa. Ali
tambem tinha muitas múmias que foram colocadas num barranco, e que hoje se
encontra esburacado devido aos arqueólogos que retiraram as múmias.
Ficamos Putos da vida com o guia que demorou muito na explicação e depois
só nos de 20 minutos para podermos ver as ruínas. Corremos como doidos e
conseguimos subir em tudo, casas, armazens e etc... Porem fomos junto com um
casal os últimos a chegar com 5 minutos de atraso.
Depois nosa excurção foi almoçar num restaurante tipo bandeijão que ficava
no meio do caminho para a próxima visita. Lá nosso guia, que é um gordo, nem
quis saber de controlar o tempo. Experimentamos algumas comidas típicas e o
pessoal nos olhou estranho quando contávamos que comíamos abacate de sobremesa
com açúcar e não com sal na salada como eles fazem.
Nossa próxima parada foi em Ollantaytambo, que é uma ruína de um templo
muito bem restaurada que visitamos. Nos impressionou os degraus de pedra e os
caminhos que foram feitos no topo interligando todo o complexo. Desta vez
tivemos bastante tempo para explorar e o fizemos até o último minuto. Tiramos
muitas fotos, pois o local realmente merecia.
Nossa última visita do dia foi para Chinchero que é uma cidade dedicada ao
bordado. Nela fomos levados a um centro de costureiras que nos receberam,
muito bem, serviram um chá de Coca e depois nos deram uma explicação muito
didática de como elas fazem o trabalho delas. A noite começou a chegar e
corremos para conhecer uma igreja que fora construída sob os escombros de um
templo Inca. O que chamou muito a atenção na Igreja, foi o fato dela ter sido
construída em estilo barroco, mas com fortes características Peruanas. Um
estilo único e diferente.
Chegamos no hotel e decidimos inovar em nossa janta, partimos para um
restaurante Italiano que tinha na frente do hotel. Fomos os únicos clientes da
noite, e aproveitamos para comer bem e beber bastante aliás acabamos com o
vinho tinto da casa (foram só 4 taças). Fomos dormir cedo pois o passeio de
amanhã promete ser inesquecível.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

21º Dia ( Puno / Cusco )

21 - Puno - Cusco (430 Km)



Dormimos cedo ontem e por isto foi fácil de levantarmos hoje.
Como as motos estávam quase prontas, perdemos um pouco de tempo para engraxa-
las e depois nos pusemos na estrada.
A estrada foi fenomenal, como sempre foi um prazer estar novamente dirigindo e
ainda mais por sairmos de um ambiente sem quase nenhuma vegetação para um que
tinha muita, mas muita vegetação. Pra nós que fazia um tempinho que só víamos
desertos foi uma maravilha poder ver o verde e as flores novamente.
O único incoveniente foi em Juliaca, onde eu e o Fernando nos desencontramos.
Temos combinado que quando um se desencontra o outro espera no último lugar que
esteve. Bem o problema é que eu pensei que o Fernando tinha parado e ele pensou
que eu tinha parado. No fim das contas eu voltei o caminho e como não tinha achado
o Fernando, resolvi ir para Cusco e ver o que acontecia. Estava muito preocupado
em dizer para a Denise, que eu tinha perdido o marido dela. Encontrei com o
Fernando num posto logo na saída da cidade. Ele tinha me ultrapassado e eu não
tinha visto, estávamos tão felizes em ver que ambos estavam bem que nem discutimos
e seguimos a viagem.
Quando chegamos em Cusco vimos uma cidade grande e muito movimentada.
Descobrimos que existe um centro histórico onde é todo voltado aos turistas.
Foi com um certo custo que descobrimos um hotel não tão longe do centro que
tinha estacionamento para as motos. Pra ser sincero eles colocaram as nossas motos
num saguão, no centro do hotel de 3 estrelas, ficamos felizes em ver nossas motos
tão bem cuidadas e expostas. O hotel é muito bom, nele nós tomamos um baita susto
em saber que o passeio para MachuPicho custa U$$ 225,00 por pessoa, o que achamos
uma exploração gigantesca do governo Peruano.
Contratamos serviço turístico para amanhã e depois de amanhã onde iremos para
MachuPicho e mais duas ruínas Incas.
Fomos para o centro antigo, onde eu almocei num restaurante Italiano e depois o
Fernando se esbaldou numa padaria que encontramos. Andamos muito pelo centro
visitando algumas igrejas e outros pontos turísticos.
Voltamos para o hotel e depois fomos comprar presentes para nossos parentes e
amigos.
O Fernando conseguiu falar com a Denise pelo MSn e ficamos um tempo no quarto
nos arrumando e nos preparando para sair.
Paramos num café para uma janta rápida e compramos uma garrafa de vinho que
levamos para o hotel onde pretendemos tomar e ficar dando risada.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

20º Dia ( Vila no meio de Puno )

20 - Vila no meio da estrada a Puno (250 Km)

Acordamos num meio de um frio tremendo, descobrimos depois que a noite fez -
3°C. Quando saí para ver as motos tive a supresa de ver uma camada de gelo
cobrindo nossas motos. Sem dúvida, fizemos bem em não termos continuado na estrada
ontem de noite.
Fomos tomar café onde a senhorinha nos serviu pão com queijo e uma chícará
grande de café ralo, mas estava quente e é isto que importa.
Encontramos nosso amigo guarda municipal que descobrimos se chamar Mariul ou
algo assim, pois é um nome muito diferente do que estamos acostumados. Ele nos
indicou onde abastecer e nos despedimos, muito felizes em estar de volta na
estrada.
O Fernando sofreu na estrada, pois ele ia na frente e a infelicidade de quase
atropelar algumas lhamas e depois alguns bodes. A estrada se mostrou analizava
algo muito diferente do que estávamos acostumados. Vimos muita gente pegando van
lotação, com carneiros e outros produtos pra comercializar na cidade, além dos
motoristas locais serem completamente impacientes com o trânsito e buzinarem a
qualquer motivo.
Numa das paradas de obras na estrada vimos algumas vans ignorar o pessoal que
cuidava da sinalização e quase baterem de frente com um caminhão. Pura ignorância.
Chegamos quase em Puno onde vimos mais uma blitz e novamente o Fernando foi
parado. O guarda pediu nossos documentos, nossa licença internacional e nosso
seguro para rodar no Peru. Como estava tudo correto e felismente nosso seguro
estava em portugês e ele não entendeu nada, ele acabou desistindo e pediu na maior
cara de pau um dinheiro para "una gazoza". Demos Dez soles para ele com raiva. O
pior foi ver 5 motos que acabaram de chegar na blitz sendo liberadas porque um dos
caras falava espanhol e era da Bolívia.
Na cidade de Puno vimos tudo quanto é tipo de taxi, triciclos movidos a pedal,
triciclos motorizados e ainda taxis normais e vans, todos estressados.
Descobrimos uma pousada com muito custo com estacionamento para as nossas
motos. A primeira coisa que fizemos foi tomar um banho. Resolvemos sair e pegamos
um triciclo de pedal que nos levou até o porto onde havia passeios de barco no
Lago Tchitchicaca.
Resolvemos almoçar antes de pegar o barco, comemos uma truta muito boa, mas
ficamos surpresos ao descobrir para o desespereo do Fernando que as cervejas aqui
são servidas na temperatura ambiente. Eu tomei um litro de Coca, tambem desta
forma.
Pegamos um barco para conhecer as famosas ilhas flutuantes. Já no barco
conhecemos um aventureiro de primeira linha um espanhol chamado David. Ele está
viajando de carona, ônibus e a pé a um ano pela América.
Paramos numa ilha flutuante onde fomos recebidos por umas moças nativas que
nos levaram a uma área de apresentação onde nos explicaram como construíam as
ilhas sob uma vegetação nativa e depois colocavam palhas em cima prendiam na ilha
e finalmente ancoravam a ilha para não ser levada pelo vento. A ilha estava a
treze metros de profundidade e nela esles plantavem e criavam peixes. Foi muito
interessante a explicação.
Compramos alguns suveniers e depois fomos para uma outra ilha dentro de um
barco de juncos. Foi um passeio muito bonito e interessante.
Na volta nos despedimos do David e alugamos outro triciclo para nos levar até o
hotel. O rapaz alem de errar o caminho, o qual só mudou o percurso depois que nos
levantamos para ir embora ele quiz nos cobrar o dobro do acordado. Deixamos claro
nossa indgninação e fizemos ele aceitar o justo que foi combinado.
Saímos do hotel para procurar um local que trocasse o óleo e os filtros de
nossas motos. Rodamos a pé (pois de moto, não saímos devido aos guardas
corruptos), bastante até acharmos um local para efetuarmos a troca.
Depois viemos para o hotel descançar merecidamente deste dia cheio de aventuras
e corrupção.

19º Dia (Arica / Puno )

19 - Arica a Caminho de Puno (460 Km)

Foi a primeira vez que saímos de uma cidade sem poder confiar no GPS, pois os
nossos não possuem um mapa atualizado do Peru. Infelismente não foi por falta de
procurar antes no Brasil.
Durante nosso último café da manhã no Chile, ficamos estudando estradas e rotas.
Mal sabíamos o que teríamos pela frente e a saudades precoce que teríamos do hotel e
do Chile.
Passamos na fronteira e na Aduana do Chilemuito rápidamente, os policiais nos
ajudaram muito com a documentação, nos indicaram sempre os locais para ir e o que
fazer.
Entramos na aduana do Peru. Ficamos duas horas pra conseguir sair. Os papeis para
saída nossa foram até que rápidos, mas os documentos para liberar os veículos, foi
um parto. Ficamos numa guarita de frente ao sol sem nenhuma proteção com um policial
que parecia que era a primeira vez na vida que fazia aquele tipo de liberação e
ainda catava milho no computador.
Eu me desitratei ficando naquele sol do deserto, com minha calça de moto. Tanto
que quando consegui a liberação fui cambaleando para uma lanchonete e virei duas
garrafas de gatorate.
Em Tacna que é a cidade do lado da fronteira, e que é tambem zona de livre
comércio, nós trocamos dinheiro e tentamos achar um local para trocar o pneu do
Fernando. Depois fomos sair da cidade, e não fazia nem duas horas que tínhamos
entrado no Peru.
Enquanto procurávamos uma saída da cidade passamos por uma blitz policial. Eu
passei direto o Fernando foi parado. O guarda, na maior cara de pau, disse que o
Fernando quando parou na esquina para virar, deveria ter posto os pés no chão e ter
olhado para os dois lados. Ele queria segurar o documento do Fernando, depois pediu
U$$ 100,00 para liberar. Choramos e fizemos um teatro e pagamos U$$ 20,00.
Indignados saímos pelo caminho certo e paramos a 2 km da blitz para abastecer.
Não é que o frentista queria enganar o Fernando e embolsar 5,00 soles.
Seguimos para Arequipa que era o nosso destino, na estrada paramos numa cidade
chamada Montegua, onde tínhamos sido aconselhados pelos policiais da Aduana da saída
de Tácnica (sim passamos por 2 aduanas no Peru, no mesmo dia).
No pedágio onde paramos encontramos um policial (honesto) que nos aconselhou a
voltar para o Chile pois perto de Arequipa havia uma revolda de populares que
impediu a estrada e já estavam a 13 dias protestando. Tristes, fomos tomar um
refrigerante ao lado de onde paramos. Pesquisamos no mapa e depois consultamos o
policial que confirmou que existia um caminho, cheio de curvas, mas asfaltado que
levava para Puno que fica derto de Cusco.
Felizes, nos pusemos na estrada, paramos em um posto onde uma frentista muito,
mas muito simpática nos atendeu. Ela é uma garota muito simples e ela queria se
comunicar conosco, mas ela queria faze-lo em inglês. Foi um gesto muito bonito dela
que nos tocou. Enchemos os tanque e ainda as garrafas PETs com combustível, para uma
emergência.
Rodamos bastante e realmente a estrada tinha muitas curvas e a paisagem era muito
bonita. Chegamos a maior altura desta viagem, 4.800 mts. O problema foi quando o sol
começou a se pôr. Eu tinha me agasalhado, porem o Fernando não conseguiu se
agasalhar muito. Como não achamos postos, acabamos parando numa das casas a beira da
estrada para abastecer.
Foi a primeira vez que abastecemos desta forma, colocam a gazolina num balde que
mede exatamente um galão e colocam um funil com um pano para não ir impuresas no
tanque. Tiramos muitas fotos e aproveitamos a parada para uma decisão muito séria
que tivemos. Resolvemos parar a viagem, pois estava muito frio, decisão que se
mostrou muito acertada, pois mais tarde descobrimos que a temperatura baixa muito na
região chegando facilmente a baixo de zero.
Chegamos numa vila que tinha 2 pousadas, e fomos escoltados por um guarda
municipal a uma pousada que tinha garagem para nossas motos. Este guarda até nos
acompanhou a colocar nossas malas no quarto, e nos convenceu a jantarmos na pousada
que tinha um restaurante. Nós o convidamos para jantar conosco, para poder retribuir
um pouco tudo o que ele havia nos feito até aquele momento. A comida foi algo muito
interessante, nos serviram uma sopa muito gostosa de carne e macarrão, depois um
prato de arroz, com ovo tomate e um mix de carne ralada que era muito bom.
Como eu estava ainda sofrendo com o frio e a desidratação que tive, pedi licença
e fui tentar tomar um banho, o qual para o meu desespero não pude ter, pois o
chuveiro elétrico não funcionava. Quando o Fernando voltou para o quarto, ele me
disse que tomou um chá delicioso depois. Ele até tentou com a senhorinha que era a
Dona da pousada ligar o chuveiro, mas não teve geito. Dormimos desmaiados sem tomar
banho.depois de ter suado muito.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

FOTOS

http://picasaweb.google.com.br/denise.medalha

18º Dia (San Pedro do Atacama / Arica )

18 - San Pedro do Atacama - Arica (700 Km)
Não perdemos tempo para pegar a estrada, arrumamos o mais rápido que deu nossas malas e deixamos para trás uma cidade que ficará para sempre em nossas memórias, San Pedro do Atacama.Estava uma manhã fria, mas tomamos um susto quando chegamos em Calama e vimos que estava 6°C. Abastecemos as motos e continuamos pela ruta 24 até chegarmos na ruta 5. Rodamos bem devagar pois só conseguimos achar um posto a 230 km de Calama.Pensei que o sufoco da viagem tinha passado, como eu estava errado. Perto de Iquique paramos e abastecemos, rodamos 50 Km e paramos em outro posto para almoçarmos. A gente imaginou que entraríamos pela ruta 5 em Iquique e lá faríamos um novo reabastecimento para enfrentarmos o deserto. Erramos e erramos feio. Depois que vimos que não passaríamos por dentro de Iquique e que não haveria posto, reduzimos bruscamente nossa velocidade. Andamos numa média de 100 a 110 Km.A estrada era muito rodeada de vales e aproveitávamos a descida para pôr as motos em ponto morto e fazemos de tudo para poupar combustível.A 26 km de Arica, acabou de vez a gazolina do Fernando e a minha entrou na reserva. Reboquei o Fernando por 6 km até uma ladeira, depois fui buscar gazolina para mim e para ele. Tomamos esta atitude, para que não ficássemos dois parados na estrada, sendo que quando se reboca gasta-se bastante combustível.Quando voltei o Fernando já tinha descido 11 km do vale com a moto desligada. Colocamos 4 litros de gazolina e viemos abastecer.No posto indicaram um hotel "Hotel del Valle Azapa" o qual estava com um bom preço. Fechamos na hora. Qual não foi nossa alegria em descobrir que tínha piscina. Largamos nossas roupas suadas no quarto e fomos pular na piscina.Depois de termos tomado um banho fomos a recepção onde fizemos amizade com o Luis Troncoso e o Carlos Soto que nos indicaram onde comer e como chegar ao centro de Arica.Qual não foi nossa surpresa ao descobrir que Arica é uma zona franca e tinha muita coisa boa a um excelente preço. A primeira coisa que o Fernando comprou foi uma máquina para cortar o cabelo que custou o equivalente a R$ 20,00. Fizemos compras durante uma hora depois paramos num restaurante e pedimos um chopp de metro e comida. Comemos muito bem e bebemos mais ainda, pois passamos muito calor hoje no deserto, por não ter podido andar mais rápido.Na mesa do lado começamos a conversar com um casal muito, mas muito simpático de policiais chilenos, sendo que a esposa Jubinza Garri, de imediato nos convidou a ficarmos na casa deles em nossa próxima visita. Começamos a bater um papo excelente, onde eles nos deram muitas dicas de como agir no Peru e ainda nos explicaram várias coisas que vimos no Chile.Duas delas eu queria destacar, a primeira que é sobre o que seria as capelinhas que vimos durante nosso trajeto em todo o Chile, que muitas tinham imagens de santos, flores e bandeiras do Chile. Segundo a Jubinza, é costume dos Chilenos marcar lugar dos mortos nas estradas, e é um sinal de respeito o pessoal parar e até deixar algum presente. Nós vimos muita gente fazendo isto.A segunda coisa que ela disse e que marcou foi saber que eles estavam preparados para um Tsunami que poderia acontecer a qualquer momento na região norte do Chile e Sul do Peru. Ainda bem que nosso hotel fica bem longe da praia.Nos despedimos com uma alegria imensa em ter conhecido este casal tão simpático. Tanto que na primeira oportunidade o Fernando comprou uma camisa do "universidade do Chile" time que eles torcem, para poder marcar este encontro.No hotel, falamos novamente com nossos amigos Luis Troncoso e o Carlos Soto que nos deram muitas dicas de como chegar no Peru e quais cuidados devemos ter no Peru.Tanto o Fernando quanto eu estamos maravilhados com a hospitalidade, e o carinho que tivemos do povo Chileno.No nosso quarto a primeira coisa que o Fernando fez depois de tirar uma foto com a camisa do Universidade do Chile foi extrear sua máquina de cortar o cabelo.

17º Dia (San Pedro do Atacama )

17 - San Pedro do Atacama(0 Km)
Levantamos as três horas da manhã para irmos ver os jeysers, estávamos muito excitados para fazer este percurso. A madrugada não estava tão fria, mas decedi levar a sério a orientação que recebemos da ]agência de viagem e me agasalhei bem. O Fernando preferiou deixar a segunda pele na mochila, decisão que se mostrou errada, mais tarde. O percurso foi de cerca de 80 Km, só que demorou duas horas, pois a estrada é bem esburacada que leva até o parque onde estão os jeysers.Dormimos o que deu no balanço do ônibus, e assim que chegamos e saímos do ônibus, descobrimos que estávamos a 4.321 mt e com uma temperatura negativa de 12°C. O coitado do Fernando do jeito que saíu do ônibus voltou. Ele estava congelando, fiquei muito preocupado, pois ele é de nunca sentir frio, mas quem não sentiria a esta temperatura.Os jeysers como aprendemos têm sua água fervida a uma temperatura de 85°C (se estivéssemos ao nível do mar a temperatura de ebulição seria de 100°C). Esta água têm sua origem nos lençois freáticos que se encontram com a lava vulcânica gerando vapor. O dado muito interessante que não sabíamos é que quando está mais frio exteriormente maior é o jato de água do jeyser. Devido ao aquecimento global os jatos dos jeysers diminuiram muito de tamanho nos últimos anos.Depois de filmarmos e fotografármos muito os jeysers, nós tomamos o café que foi servido perto do ônibus. Neste meio tempo do café a temperatura começou a se elevar rapidamente e podemos relaxar mais e mais e depois de uma hora já estávamos retirando algumas peças de roupas.Fomos numa piscina natural de água quente que estava pra lá de convidativa. Infelismente esquecemos de levar toalha, e sem se secar não dava nem para pensar em entrar, pois ainda estava um pouco frio mais ou menos 0°C. Ficamos muito decepcionados, mas fazer o que?Na volta passamos por uma aldeia indígina que era muito simples e a maioria de suas casas estava vazia, pois lá não havia escolas e os habitantes foram deixando aquela vida difícil e indo morar em lugares mais agradáveis. A principal fonte de renda deles é o turismo e as lhamas. O Fernando assim que chegamos foi logo experimentando um churrasco de lhama, o qual segundo ele estava ótimo, pois quando vi ele já tinha comido 2.Eu, estava sem fome e só comi uma tortilha de queijo, aí eu descobri que estava sem fome e um pouco desanimado devido a falta de ar, se não fosse o Fernando (como sempre),me lembrar de comer não sei o que seria de mim, pois quando passa o horário do almoço perco a fome. Bastou descer uns 800 mt e eu já estava em forma de novo.Conhecemos um brasileiro muito simpático e que se mostrou um bom amigo chamado Léo, que estava no grupo conosco, trocamos informações e endereços e esperamos manter contato.Chegamos no hotel onde o Fernando foi dormir um pouco para aguentar o tranco que seria o passeio da tarde. Eu fiquei no netbook acertando alguns e-maisl e colocando o blog em dia. Consegui falar com a Denise (esposa do Fernando) no MSN, e fiquei muito feliz, pois estamos desde Antofogasta com problemas no celular que só funciona os e-mails.Fomos para a Laguna Ceja que é uma logoa de sal. Nós entramos na água fria e por mais força que fizéssemos não conseguíamos afundar, ficamos boiando por um bom tempo. Conhecemos dois catarinenses Ricardo e Ismael. Eles estão com um carro alugado aqui, fazendo turismo, trocamos uma idéia sobre os passeios que eles pretendem fazer principalmente sobre os jeysers.Ficamos com o corpo cheio de sal depois que saímos da lagoa. Fomos para duas lagoas chamadas Ojos del Salar. Que têm sua água de origem subterrânea. A água é mais doce que a da Laguna, porem tão fria quanto. Outro dado interessante é que a água dos Ojos é bem profunda.Para finalizar o nosso tour conhecemos a Laguna Tebinquiche onde vimos o por do sol. Esta laguna é nada mais nada menos que um lago seco em 90% de sua extensão de uma grossa camada de sal. É muito bonito. Depois de andar pelo lago seco chegamos na van da excursão onde nos serviram Pisco de Manga, Pisco é uma bebida típica do Chile (12°). Foi um ótimo momento de confraternização e fizemos questão de fotografar, junto com o pessoal do grupo formado por franceses, canadenses e chilenos.Chegamos no hotel, onde tomamos um banho rápido e fomos comer uma pizza. San Pedro do Atacama como já mencionei têm quase dois mil habitantes, só que a quantidade de turistas extrangeiros é no mínimo quatro vezes maior que isto. A cidade é voltada para o público jovem aventureiro, seus restaurantes têm uma simplicidade na decoração que combina com o lugar, porem uma cozinha e um tratamento de primeiro mundo.Quando estávamos para pedir a conta do restaurante apareceu nossos amigos Catarinenses o Ricardo e o Ismael. Ficamos mais de uma hora conversando sobre nossas viagens e trocando idéias para futuras. Foi muito bom podermos dividir nossa aventura com outros brasileiros, que ainda por cima são muito amigos e aventureiros como nós.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

16º Dia (Antofogasta / San Pedro do Atacama )

16 - Antofogasta - San Pedro do Atacama (318 Km)

Numa das raras vezes desta viagem nós perdemos a hora e acordamos
atrasados. No café do hotel onde o Fernando sem saber acabou pedindo um
abacate amassado que era para comer com sal. O Fernando se confundiu todo e
colocou sal no café (mas não bebeu) e acúcar no abacate que comeu sozinho.
Diga-se de passagem, foi a primeira vez que veio sal no nosso café da manhã,
sempre tivemos açúcar.
Na estrada o ponto de maior interesse foi termos descoberto uma cidade
fantasma no meio do caminho onde pudemos tirar boas fotos das motos. Vimos uma
escultura de um homem de lata muito bonito e grande em Calama, onde tambem
paramos para apreciar.
Durante o caminho todo o Fernando fez ótimas filmagens.
Chegamos em San Pedro do Atacama, e antes de entrarmos na cidade já
conseguimos um hotel. Encontramos com um pessoal de motocicleta sendo uma V-
Strom DL 1000 e outra BMW R1200 GS Adventure. Infelismente não guardamos os
nosmes, mas tiramos algumas fotos com eles. Eles nos indicaram um Hostel que é
muito bom e barato perto do centro.
Colocamos roupas de calor e fomos almoçar. A principal característica desta
cidade é que ela hospeda muitos aventureiros de muitos países. Comemos muito,
mas muito bem com os pratos com uma apresentação inpecável. Outra diferença
gastronômica é que em toda a salada aqui os tomates vêm sem pêle, já na
Argentina e no Uruguai onde estivemos o tomate vinha com pêle como normalmente
comemos.
Andamos um pouco na cidade e entramos numa agência de turismoe da mesma
forma que entramos saímos já para uma excursão. Fomos para o "Valle de la
Luna". Foi a primeira vez em 16 dias que andamos sem as nossas motos, pra ser
sincero nós sentimos um tanto inseguros andando no ônibus.
A primeira parada na "Cordillera de la sal" foi no "Valle de la Luna", onde
andamos por entre paredões e grutas de sal. Eu que tinha saído de chinelo, já
fiquei com o pé pura areia e sal em pouco tempo. Durante nossa caminhada
passamos por lugares de difícil acesso, no grupo havia senhoras de idade e
pessoas inseguras que nunca tinham andado em terremos acidentados. Eu
protamente, as ajudei a passar pelo caminho, devido ao meu chapéu e a minha
solicitude, já começaram a chamar de Indiana Jhones, todos gostaram e foi
muito divertido
A segunda parada foi no Anfiteratro onde existe uma formação côncova de
areia e de pedras que dá a forma de um anfiteatro a este local.Conhecemos as
"Tres Marias" que são três rochas de sal que lembram a figura da virgem em
três momentos diferentes. Neste local existia uma extração de sal que chamou a
atenção pois dava para ver os buracos de onde se colocava a dinamite para
extrair o sal.
Fomos ao "Valle de la Muerte" que é uma vista espetacular e alta de um
mirante maravilhoso.
O último lugar que visitamos foi o "Mirador" para ver o pôr do sol, que
contrariando as minhas primeiras impressões conseguimos ter tempo para vêr o
sol se pôr e tiramos muitas fotos maravilhosas. Depois houve um café da tarde
servido na frente do ônibus onde pudemos nos confraternizar melhor com os
companheiros de excursão. O Fernando se deliciou com um chá de coca que tomou
pela primeira vez em sua vida. Conhecemos o Mauro que é chileno e vive na
Inglaterra com a namorada. Ele se mostrou muito cordial e extramamente
simpático, trocamos e-mails e pretendemos continuar com esta nossa amizade
recém adquirida.
Voltamos no hotel para um rápido banho e saímos correndo de novo para a
cidade comprar lembranças e sacar mais dinheiro pois pretendemos ficar um
pouco a mais.
Paramos num restaurante muito bonito onde vimos pessoas de vários países se
confraternizando. O Fernando gostou muito da cerveja "Kunstimam" que vinha com
uma rolha diferente e o sabor muito forte, de alto teor alcóolico. Eu só tomei
um Pisco que é a bebida típica daqui, que seria algo como uma caipirinha sem
limão. A comida foi ótima e só temos elogios a fazer.

15º Dia ( Copiapó / Antofogasta )

15 - Copiapó - Antofogasta (820 Km)

Como estávamos com quase tudo preparado, foi um pulo conseguir guardar
todas as coisas na moto e depois ir tomar o café. Café este decepcionante,
pois além de servirem nescafé com água quente eles nos deram somente 4
fatiadas de pão Pulman torrado e 2 fatias de queijo.
Nós saímos no maior frio do Hotel, este frio se extendeu até umas duas
horas da tarde e a partir daí fez um baita calor.
Não muito distante de Copiapó uns 95 Km paramos para abastecer e quando
íamos embora apareceu muitas motos e triciclos de cross que estavam passeando
pelo deserto. Conhecemos o Ronald que se mostrou muito simpático, ele mal
ganhou o adesivo do nosso moto-clube e já o colou em sua moto. Ficamos muito
orgulhosos do gesto dele.
Um pouco tempo depois vimos o "Zoológico de pedras", uma interessante
formação geológica de pedras que em sua forma "esburacada" davam a impressão
de uma paisagem lunar. Foi uma aventura muito legal andar pelas pedras tirando
fotos e mais fotos de suas formações e paisagens. Uma coisa interessante
aconteceu, paramos um tempo depois para tirar mais fotos e eu senti um leve
tremor no chão o Fernando estava sobre a areia e não sentio nada, durou cinco
segundos e teve um pequeno ruído ao fundo. Primeiramente achei que fosse um
leve tremor de terra, mas o Fernando me chamou a atenção pelo barulho e isto
indicaria uma longa explosão de alguma das muitas minas que existem aqui nesta
região.
Agora a melhor parte foi andar pelo deserto. Certa vez li num livro do
Paris Dakar, uma reflexão que o autor fazia sobre o deserto, e nela ele dizia:
- O deserto não é uma paisagem monótona e sim dinâmica pois está sempre
mudando.
Isto é a mais pura verdade, vimos montanhas de areia clara, depois destas
montanhas apareciam com fios pretos em suas bordas, areia fina, areia grossa,
marrom escura, pedregulho e etc...
Teve uma oportunidade que eu não quis abastecer a moto e no meio do
caminho os postos sumiram de uma hora para outra. O Fernando me fez andar a
100 Km/h para economizar combustível. Foi a melhor parte sem dúvida da minha
viagem, pois pude escutar com mais perfeição os sons do deserto e curtir a
paisagem. Tive uma experiência espiritual muito engrandecedora.
Chegamos no posto que ficava em "Agua Vierde", bem onde o Abel nosso amigo
caminhoneiro de Puerto Montt tinha nos dito que teria um posto e que este
seria o último do deserto.
Como o deserto era praticamente uma reta só, nós utilizamos nossa trava de
acelerador (driver guide) para manter a velocidade constante e descançamos as
pernas e mãos de tudo quanto é forma. É claro que estabelecemos uma velocidade
baixa, mesmo porque sabemos que maior parte dos acidentes aqui acontece devido
a motociclistas que exageram na velocidade. O vento tambem se mostrou um
adversário complicado, na estrada.
Encontramos quase chegando em Antofogasta a escultura "Mão do Deserto",
nossa alegria foi total, pois vimos esta escultura em todos os blogs de
motociclistas que estudamos para fazer esta viagem, e não queríamos ficar sem
vê-la. Tiramos muitas e muitas fotos. Depois, até Antofagasta pegamos um
vento muito forte do típico do deserto, no fim da tarde
Em Antofogasta, percebemos que é uma cidade rica em Minério, só que não
vimos casas bonitas, ou algo que chamasse a atenção. Achamos um hotel para
dormimos e depois do banho, conseguimos que a recepcionista nos mostrasse onde
tinha um shopping para jantarmos.
Eu estava muito ansioso para mandar notícias para o pessoal de casa, pois
meu celular não conseguiu fazer ligações para o Brasil e nem receber. Nem meus
torpedos funcionaram. Qual foi a minha decepção ao descobrir que os telefones
públicos do shopping tambem não conseguiam fazer as ligações. Fiquei muito
Puto, consegui depois mandar um e-mail dando notícias.
Jantamos numa churrascaria onde fomos atendidos por um garçom que falava
bem o português, chamado Leandro. Deu para pedir a comida sem ter nenhuma
surpreza no final. Um dado interessante gastronômico que descobrimos é que
chourisso, na argentina é contra-filé alto e no Chile é o que nós conhecemos
como a tradicional linguíça de sangue com temperos.
Na volta para o hotel descobrimos uma escultura de um homem com um burro
onde resolvemos tirar muitas fotos e fazer mil brincadeiras com as estátuas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

14ª Dia (Santiago / Copiapó )

14 - Santiago - Copiapó (820 Km)

Acordamos cedo, novamente por necessidade pois tínhamos muito chão pela
frente. Tomamos o café muito sem vontade de comer, pois ontem tínhamos jantado
muito bem. Como tudo já estava arrumado não demoramos pra pagar o hotel,
engraixar as correntes e subir nas motos para a estrada.
Pegamos um pouco de trânsito para sair de Santiago, mas de certa forma já
estávamos esperando por isto. Boa parte da manhã e da tarde tivemos névao e
fazia um pouco de frio. Tanto que na segunda parada eu peguei a minha segunda
pele da jaqueta e vesti, pois o ventinho começou a me incomodar muito. Isto
ocorreu por volta do meio-dia.
Nesta parada conhecemos um rapaz chamado Mario, que conhecia muito de
rallyes, corridas de F1 e futebol, tivemos um ótimo bate-papo e ainda o
encontramos novamente em uma outra parada.
Rodamos bem até La Serena onde tínhamos duas pistas, depois de lá começou a
ter pista simples que vai nos acompanhar até o final da ruta 5. A cidade de La
Serena, nos impressionou pela sua grandeza, foi a maior da região que nós
vimos. Gostamos de observar as praias no caminho que são banhadas pelo
Pacífico, pena que o dia estava nublado em sua maior parte.
O deserto do Atacama nos impressionou pela sua grandeza e beleza. Tiramos
muitas fotos e ainda fizemos um filme mostrando a estrada. Paramos algumas
vezes devido a obras na pista, mas dá até gosto de parar, pois eles recapeam
toda a estrada e não só um pequeno pedaço que foi danificado, como fazem no
Brasil.
Chegamos em Copiapó com a noite caindo e o frio chegando, realmente o
deserto esfria muito rápido. Nós conseguimos achar um hostel, rapidamente para
a nossa surpresa. Depois que tomamos banho, nós perguntamos na recepção onde
tinha um restaurante para jantarmos por perto e nos pusemos a caminho.
O Fernando comeu uma panqueca de camarão e eu um lazanha, sendo que tinha
pedido capeletti, mas estava muito bom e tivemos um show com um gordinho no
violão e uma canadense cantando que nos fez lamentar de sair cedo, mas
estávamos cansados e amanhã vamos rodar muito mais. A parte negativa da noite
foi que o restaurante foi um dos mais caros que estivemos até agora.

13º Dia (Santiago )

13 - Santiago (0 Km)

Teoricamente hoje poderíamos ter dormido bastante, mas acabamos acordando
cedo por força do hábito.
Fomos tomar café e o Fernando ficou maravilhado com a variedade de coisas
presentes no nosso desejum.
Onte eu havia pego um endereço de um revendedor Suzuki aqui em Santiago. O
problema é que a rua que dizia que estava a loja era na verdade outra, com o
nome parecido. Bem acabamos indo no primeiro endereço que ficava fora da
cidade ou seja fomos para o endereço errado, porem foi um passeio maravilhoso
que tivemos na cidade de Santiago. No fim das contas valeu termos nos perdido
pela ótima vista
Na volta e na sorte encontramos a concecionária. Comprei um pneu para a minha
moto por cerca de R$ 515,00 muito mais barato que no Brasil. Troquei o pneu
com exatos 9.500 km rodados.
Na oficina fomos muito bem recebidos e vimos muita coisa interessante, para
nós que gostamos de moto. Como por exemplo vimos algumas V-Strom com
aquecedores de manopla, protetores de tanque, GPS e suporte de celular que
eram quase que ítens obrigatórios. Além de V-strom vimos outroas motos muito
interessantes como a Varadeiro, a KTM 990 e a Adventure.
Arrumei tudo o que tinha para arrumar em minha moto e depois saímos de volta
para o hotel, onde nos perdemos devido ao GPS não estar atualizado com
Santiago, pois ele nos indicou muitas ruas em contra-mão e alguns desvios
impossiveis.
Almoçamos num restaurante japonês perto do hotel. A comida estava excelente
o problema é que duas horas depois já estávamos com fome.
Fomos vistar o meu amigo Stauffer da Instaplan que representa a minha
companhia Stulz no Chile. Fomos muito bem recebido e ele chamou para conversar
conosco o Roberto (gerente de venda) que é um entusiasmado por motos e falamos
sobre percursos que faremos e as motos aqui do Chile.
Voltamos para o hotel duas horas depois de nossa reunião e aproveitamos para
colocar as roupas secas nas malas e dar uma geral nas nossas coisas.
Fomos jantar com o Stauffer e com o Juan (filho do Stauffer)num restaurante
perto do hotel. O Fernando ficou admirado com a recepciosidade que tivemos
deles, mas como eu expliquei a ele a firma que eu represento nós chamamos de
família Stulz, e devemos ser e somos bem tratados por todos os nossos parceiro
no mundo, como se fossemos recebidos em nossas próprias casas.
Foi uma janta muito gostoza e descontraída onde hora falamos em espanhol e
hora em inglês. Felismente o Fernando conseguiu entender boa parte do que
falamos. Foi a primeira vez na viagem que eu tomei vinho, e estava muito bom.
Já o Fernando preferiu tomar de sobremesa um wisk com o Stauffer eu fiquei com
o Juan tomando café;
Com muita emoção nos despedimos no hotel pois amanhã iremos pegar cedo a
estrada.

12º Dia (Temuco / Santiago)

12 - Temuco - Santiago (710 Km)

Estava uma manhã muito fria e este frio se estendeu durante boa parte do
dia.
Nó ficamos surpresos com a mesa do café da manhã muito bem montada,no
hostel, e isto foi um bom sinal de um dia que mal começava prometia boas
coisas.
A nossa viagem que começou em Temuco, passou por muitas áreas que sofreram
com o terremoto. Várias pontes estavam em reforma, algumas pareciam ser obras
de expansão e outras nitidamente estavam sendo consertadas devido ao
terremoto. Não vimos sinal de muitas casas danificadas, mas é que estávamos
longe do epicentro.
Por duas ocasiões vimos bandeiras de "Fuerça Chile", além de em um ponto
específico da viagem, não me recordo a cidade, muitas bandeiras do Chile.
É importante ressaltar que as estradas em reforma estavam muito bem
sinalizadas, coisa de primeiro mundo e muito poucos lugares não vimos
operários trabalhando na estrada. Bem diferente das nossas estradas do Brasil.
Em Santiago penamos um pouco para achar o hotel, pois o GPS, não achou o
número dele e nos mandou pro fim da rua e esta rua têm 2 km de extensão, e pra
piorar têm uma estação do metrô e um shopping a duas quadras abaixo do hotel
que gera um pequeno e desconfortante trânsito.
No hotel, nós desfizemos nossas malas e lavamos todas as nossas roupas de
baixo e meias. A hidro virou um pequeno tanquinho. Praticamente deixamos a
alma limpa de tanto lavar. O sabão em pó nós havíamos ganhado na Argentina num
pedágio e veio mesmo a calhar. Puxamos com nossos elásticos da moto um varal
improvisado e pronto.
Aproveitei a internet de boa qualidade e utilizei o msn com minha câmera
para ver os meus filhos em casa, fiquei muito emocionado e eles tambem. As
minhas filhas que são pequenas fizeram a maior algazarra quando me viram. Já o
Fernando ficou um tempão com a Denise, hora falando no celular e hora teclando
no lap-top.
Fomos numa pizaria perto daqui tomar uma cerveja e tínhamos planos de ir
num restaurante japonês, só que quando saímos da pizzaria às 11:00 o
restaurante como boa parte do comércio noturno estava fechada. Acabamos
comendo (de novo) um sanduíche no quarto do hotel.

terça-feira, 6 de abril de 2010

11º Dia ( Puerto Montt / Temuco )

11 - Puerto Montt - Temuco (420 Km)

Pensei que teríamos problemas para acordar hoje, pois o fuso horário no
Chile está uma hora a atrás do nosso. Tomamos nosso primeiro desejum no Chile
onde desta vez pudemos comer mais de 04 pães e tivemos mais manteiga que o
café da Argentina.
Fomos para Puerto Varas que fica a uns 20 km de Puerto Montt e ainda
andamos mais uns 60km para chegarmos na estrada do Vulcão Osorno. A subida foi
muito interesante pois havia muita curva e pudemos fazer algumas filmagens
dela.
No topo existe uma estação de esqui com teleférico. Infelismente, para
ligarem o teleférico teria que haver mais de 4 pessoas para subir e estávamos
somente nós. Conhecemos um guia da estação chamado Ravier que nos mostrou uma
trilha que dava uma excelente vista de duas crateras do vulcão. Subimos o
vulcão até uns 900 metros de altura da base. Olha, foi muito difícil, pois
estávamos com roupas de motociclistas e consequentemente, muito pesados, e
ainda para piorar tinha uma névoa que ia e vinha mudando a paisagem a todo o
momento.
Havia umas bandeirinhas mostrando o caminho no princípio achamos uma
besteira, mas no fim elas nos ajudaram muito para ir e vir. Quando chegamos no
topo este se limpou e tiramos muitas e muitas fotos, mas pra ser sincero, elas
não se comparam aos vídeos que fizemos mostrando a dificuldade e a zona que
estávamos fazendo no caminho.
Na volta, paramos na base para tomar algo e conversar mais ainda com o
Ravier, que nos mostrou no mapa uma estrada de terra de 20 km que nos
economizou uns 70 km de asfalto para Osorno. Foi uma aventura divertida, pois
foi a primeira vez que pegamos juntos uma estrada de terra e pudemos ver como
as motos e nós nos comportavamos no caminho.
Na estrada paramos num mercado em Osorno e depois paramos num primeiro
posto na Ruta 5, para comer. Neste posto conhecemos o caminhoneiro chamado de
Abel, que muito simpaticamente nos deu dicas do caminho e ainda de lugares
para dormir. Ganhamos dele dois adesivo escrito "Fuerça Chile" que é para
ajudar o pessoal do terremoto daqui. Não nos fizemos de rogados e os colamos
no para-lamas dianteiro das motos. É muito importante para nós apoiarmos os
Chilenos neste momento de dificuldade, sendo que eles são um povo muito
receptivo e gostam muito de nós brasileiros.
Com relação ao terremoto vi muitas passarelas de pedretres caídas pelo
caminho. O Fernando infelismente só conseguiu ver uma. Fomos informados que
esta estrada que estamos não têm problema a não ser nas entradas e saídas das
pontes que algumas vezem possuem um degrau maior.
Chegamos em Temuco onde descobrimos que apesar da cidade ser grande não
existe hoteis aqui, o que existe são Hostals, ou seja casas de família
convertidas em hoteis para jovens.
Paramos numa concecionára da Yamaha onde conhecemos a Maria Paz que nos
ajudou e muito a localizar o Hostal que estamos agora hospedados. Ela nos
gentilmente nos acompanhou em 3 hostals da rua da loja.
Aliás a loja deles é muito bem equipada e vale a pena fazer uma visita.
Desta vez não saímos para conhecer a cidade, o Fernando buscou uns
sanduíches gigantescos aqui perto e comprou cervejas num mercado, pois eu
estava me sentindo um pouco gripado e resolvi tomar um remédio e ficar de
molho, para poder viajar tranqüilo amanhã.

FOTOS !!

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10° Dia (Bariloche / Puerto Montt )

10 - Bariloche - Puerto Montt (370 Km)

Não sei o que aconteceu com o meu celular, mas hoje ele não despertou no
horário, aliás o relógio pobre coitado ficou maluco, porem fomos salvos pelo
despertador do Fernando. Conseguimos retirar as motos do estacionamento do
hotel, o qual mesmo nós tendo avisado que sairíamos cedo, eles acabaram
colocando um carro na nossa frente.
Nem sei como conseguimos subir nas motos, pois estávamos com o equipamento
completo para o frio.
Para vocês terem uma idéia, estavamos usando a segunda pele completa, uma
camiseta e uma camisa de flanela. Fora a minha calça jeans estava com a calça
da moto com o forro interno, sem contar da balaclave que se mostrou muito
útil. Para evitar o sol forte do dia ainda usávamos óculos de sol, que quando
parávamos as motos embaçavam rapidamente nublando nossa visão.
A estrada para os Andes foi maravilhosa, porem foi muito curta, a parte dos
andes que compreendia o posto de checagem da Aduana da Argentina até a Aduana
do Chile tinha um percurso de 30 km, e ao contrário que esperávamos não
pegamos neve e nem gelo (felismente). Porem o frio foi forte, só sentimos um
pouco nas mãos e o Fernando teve uma pequena queimadura no rosto onde a
balaclave não cobriu.
Chegamos em Osorno que é o fim dos Andes e no meio de uma paisagem
maravilhosa dos lagos, decidimos seguir em frente até Puerto Montt a estrada
foi muito curta (95 km) e conseqüentemente rápida.
Sofremos muito quando chegamos pois não achamos lugar para estacionar no
centro. Até conseguimos achar um Centro de Informações Túristica, mas estava
fechada para o almoço.
Um detalhe que é interessante ressaltar sobre o Chile é que aqui estamos a
uma hora atrasados do Brasil devido ao fuso horário.
Acabamos pegando um hotel 4 estrelas, pois já estávamos estressados com a
cidade. Como ainda não estávamos acostumados com a moeda conseguimos descobrir
que R$ 1,00 equivale $ 300,00 (trezentos pesos Chilenos), mas andar com notas
de 10.000 é muito estranho.
Bastou um banho para reanimar nosso espírito aventureiro e fomos até o
centro onde o Fernando descobriu que o estacionamento é subterrâneo, naquela
área. Fomos almoçar num shopping, onde primeiramente comemos uma bisteca
minúscula com purê e salada num restaurante e não satisfeitos fomos num pizza
Hut e pedimos uma pizza família e acabamos ganhamos outra. No final da
história, temos pizza no nosso quarto para comer até amanhã.
Passeamos muito pelo calçadão para tirar fotos e curtir a cidade. Vimos que
o calçadão é um lugar para jovens namorar e onde os jovens com os uniformes
recém saídos da escola, se reunem com os amigos para curtir a paisagem e ouvir
músicas.
Fomos de noite num restaurante estilo country, que possuia uma cerveja de
cevada artesanal. Esta cerveja vinha servida em jarras grandes para ser tomada
em canecos maiores. Nem preciso dizer qual foi a felicidade do Fernando ao ser
servido pela primeira vez. Tomamos uma cerveja suave depois uma forte, a qual
quase nos faz não chegar no hotel. O Fernando atacou um pedaço de pizza que
tínhamos trazido do nosso almoço e depois desmaiou na cama, nem deu tempo para
dizer boa noite.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

9º Dia ( Bariloche)

9 - Bariloche (0 Km)

Foi o primeiro dia em que ficamos mais parados em um lugar, para deixarmos as
motos descansarem um pouco e para uma merecida revisão. Não se esqueçam que já
rodamos mais de 4.500 km nestes 8 dias de viagem.
Antes de saírmos, vestimos a segunda pele para poder enfrentar o frio. Daí para
partir para a palhaçada foi um pulo. Ficamos brincando de tirar fotos de "ninjas"
no quarto. Não sei como não reclamaram de tanta risada que demos.
Após o café da manhã, nós fomos comprar óleo para as motos depois paramos num
mercado para comprar uma vazilha para derrama-lo No hotel fizemos a troca. O
difícil foi ter pego o óleo velho e rearmazenado nas garrafas para evitar de jogar
no meio ambiente.
Motos prontas nós resolvemos dar uma volta pela cidade que estáva cada vez mais
vazia. Fomos para o teleférico e subimos até 1.405 metros em Cerro Otto. Foi
extramemente bonita a vista que tínhamos lá de cima, aliás tiramos muitas fotos.
Foi uma pena ver que não havia neve em nenhum lugar a não ser por um pico muito e
muito distante daqui.
Tinha um restaurante giratório no observatório e resolvemos aproveitar para
comer um belo gulash com pasta.
Passeamos pela rodovia que margeia o lago e paramos numa praia para descobrir
como era fria a água. A vista foi muito gratificante, logo após paramos num
mercado onde compramos 4 garrafas de água com gás para depois de esvaziarmos
utiliza-las para guardar combustível.
Andamos mais um pouco no centro para ver artistas fazendo esculturas de tronco
com moto-serras. Tirando algumas esquisitas tinhamos outras muito bonitas. Tomamos
uma cerveja com tortilha num bar enquanto utilizávamos o sinal de wifi para
atualizar todas as fotos do nosso blog.
Fomos para o hotel descançar e tentar liquidar o maior número de garrafas. O
coitado do Fernando está indo ao banheiro a cada cinco minutos e ainda não
conseguiu acabar com uma sozinha. Vai ser muito engraçado acabar com as água com
quatro garrafas de 2 litros cadas.


domingo, 4 de abril de 2010

Todas as F O T O S (atualizado )

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8° Dia ( Neuquem / Bariloche )

8 - Neuquen - Bariloche (430 Km)

Foi um dia especial. Acordamos bem cedo para seguir em frente, porem tínha
alguns carros no estacionamento que impediam a saída das motos, mas tudo bem, pois
no meio tempo eu fiquei passando os relatórios da viagem junto com as fotos para o
nosso blog.
Descobrimos ontem que Neuquem possui um observatório e uma estátua do Cristo, e
deixamos para hoje cedo para fazer uma visita para estes dois lugares que são
próximos um do outro a fim de conhecermos com a luz do dia.
A estrada foi algo indescritível, pois a cada curva que passamos aparecia uma
paisagem mais linda que a outra. A viagem durou um pouco mais que o esperado, mas
foi muito bom que tenha acontecido desta forma, pois paramos várias e várias vezes
para tirar fotos.
Havia um posto da Petrobras no meio do caminho que parecia a cidade dos
Flinstons da TV, rodeada por pedras e protegida do vento. Neste posto eu comprei
um chapéu que a muito queria para proteger o pouco que me resta de cabelo e que
acabou ficando como uma lembrança deste local tão bonito.
Neste posto encontramos finalmente com alguns motociclistas viajando com motos
maiores, pois até agora desde que saímos do Brasil só havíamos visto Lambreta,
Vespa e raras 125 CV. O pessoal foi muito atencioso conosco, aliás vale a pena
ressaltar que sempre somos saudados nas estradas por onde passamos. QUe quando
vemos crianças perto das motos as colocamos nos bancos para que os pais possam
tirar fotos.
É o mínimo que podemos fazer para retribuir o carinho que recebemos. E sempre
distribuímos adesivos do nosso moto-clube Piraju. Falo nosso, conciente que não
sou filiado, mas Piraju é a cidade que eu adotei a alguns anos como minha cidade e
já me sinto como filiado, não oficial, mas de coração com o moto-clube.
Como nos últimos dias de viagem nós utilizamos muito nosso driver guide,
(trava de acelerador), que é um dispositivo que controla a velocidade da moto
deixando a mão direita livre para podermos descançar um pouco. Outra coisa que
utilizamos foi a segunda pele, que é uma roupa especial para manter o corpo
aquecido, pois fez muito frio na estrada e felismente, graças a ela, podemos
dirigir sem problemas. Eu vi em meu PDA (computador de mão) que a temperatura
durante o dia estava em média uns dois graus positivo.
Utilizamos tambem a câmera de capacete para fazer umas filmagens dos trechos
que passamos por hoje. Ficaram excelentes e dão a correta dimensão de como a
paisagem muda e de quão bonita é a região da Patagônia, dos lagos.
Nós tínhamos planejado dormir em uma cidade antes de Bariloche, pois temíamos
que a cidade estivesse muito lotada devido ao feriado de páscoa. Como vimos muitos
carros voltando pela estrada, e a cada kilómetro que rodávamos a paisagem se
tornava mas linda e interessante acabamos por decidir vir direto para cá. Ao
chegar na cidade tentamos por nossa conta achar um hotel, quando vimos que não ia
dar certo tentamos reproduzir a experiência de Neuquen e procuramos o centro de
informações turísticas, onde fomos muito bem atendidos e nos indicaram um hotel,
muito bom e barato. E o Fernando saíu ainda com uma trufa de chocolate muito boa,
que nos deram.
Fomos depois de tomarmos banho ao centro fazer algumas compras, e jantamos na
sequência.
Pelos nossos cálculos andamos mais de 4.500 Km desde que começamos a viagem,
numa média de 643 Km por dia. Decidimos ficar mais um dia em Bariloche para
podermos descançar, "as motos" e conhecer a cidade.
Amanhã faremos um turismo legal e depois aproveitaremos para fazer uma
manutenção rigorosa nas motos para entrarmos no Chile com tudo em dia.

sábado, 3 de abril de 2010

FOTOS

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7º Dia ( Bahia Blanca / Neuquem)

7 - Dia Bahia Blanca - Neuquen (760 Km)

Hoje ao irmos tomar café notamos que o tempo está mudando, para mais frio. E
isto não têm haver com a altitude, que é em sua grande maioria em 190 metros acima
do nível do mar e sim com a proximidade do paralelo 40°, ou seja estamo bem mais
ao Sul.
No primeiro posto que paramos fomos limpar as motos que pareciam vindas de um
estande de paint-ball de tão coloridas que estavam devido aos vários insetos que
pegamos na estrada.
Outra coisa que notamos desde que saímos do Uruguai é que o café da manhã é bem
menos generoso que no Brasil. Se consiste em uma cesta com poucos pães, café ou
leite servidos em xícaras e um copinho pequenininho com suco artifial de laranja.
A estrada foi muito gostoza e muito bonita, passamos por uma paisagem de
vegetação pobre e seca, porem recoberta de flores amarelas que se seguiam por
kilómetros e kilómetros (pampas)para uma até uma região de terra verde e rica,
onde se planta frutas e uvas por todos os lados. Todas as plantações são cercadas
contra o vento de pinheiros de diferente variedades delimitando a plantação.
Um comentário interessante foi termos pego uma reta contínua de 100 Km, que
seria equivalente a uma viagem São Paulo Santos. O hodômetro nosso já está
marcando mais de 4.000 Km rodados desde Piraju.
Descobrimos ao chegar em Neuquen que estamos na Patagônia, o Fernando foi numa
central de turismo quanto eu limpava a minha roupa dos insetos que peguei, e veio
cheio de catálogos com informações turísticas da região.
Fomos no centro da cidade para onde estava acontecendo uma feira hippye muito
bonita. Gostamos de ver a variedade de artesanato que o pessoal daqui faz e além
disto o shows dos artistas mambeibes. O Fernando filmou um show de um marionete
que tocava violão, o filme ficou muito bom.
Passamos num banco com caixa 24 horas onde eu consegui fazer um saque com meu
cartão. Aqui muitos dos lugares em que passamos não aceita cartão, não sabemos
ainda o porquê, e isto têm consumido muito o nosso dinheiro o coitado do Fernndo
ficou louco pois não havia lugar para trocar o dinheiro aberto.
Na nossa janta nós experimentamos uma cerveja escura, já que a noite estava
fria e portanto dava para encarar. Desta vez o Fernando comeu um chouriço (que é o
contra-filé alto) e eu uma espécie de bife a cavalo que vinha com salada e uma
fatia de prezunto. Gastamos boa parte do nosso jantar discutindo que percurso
fazer, e acho que escolhemos um muito bom para amnhã.
Andamos na feira logo depois da janta e viemos para o hotel cêdo, pois temos um
percurso muito interessante para fazermos amanhã.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

6º Dia (Buenos Aires / Bahia Blanca )

6 - Dia Buenos Aires - Bahia Blanca (760 Km)

Logo cedo percebemos que não tinha uma coisa certa em Buenos Aires, estava
calma de mais. Nosso hotel ficava em uma esquina movimentada no centro. Assim que
o Fernando comentou sobre o silêncio eu matei a charada e disse:
- Deve ser algum feriado.
Dito e feito, assim que pegamos as motos no estacionamento descobrimos que é
feriado de páscoa e que muitos vão para as praias descansar. Daí vi que o dia
seria difícil e realmente o foi.
Não perdemos tempo e pegamos a estrada, e como fazemos, utilizando nossos
mircrofones no capacete, para nos comunicar até termos certeza de estarmos no
caminho certo.
Andamos os primeiros 50 Km parando nos farois, que existiam a cada quarteirão
e não eram seqüenciados. Depois nos próximos 110 km andamos praticamente no
acostamento, de tanto carro que tinha na estrada. Sou original de São Paulo e
estou acostumado a trânsito em estradas e avenidas, mas o que pegamos foi algo que
eu nunca tinha sequer imaginado. Para piorar muitas vezes víamos que eram os
próprios guardas que faziam o trânsito, pois eles colocavam barreiras para fazer
uma blitz, na estrada. Os últimos 50 km passamos costurando os carros na estrada,
aliás (pra variar) nunca costurei tanto. O pessoal não sabe sair da frente para
dar passagem, eles não fazem isto com carro e com moto nem se fala.
Perdemos 4 horas neste trecho de 210 km. No final dele o Fernando descobriu
que a pastilha de freio trazeira da moto estava gasta. Paramos para troca-la,
parece algo simples, mas depois que trocou, ele notou que ainda não estava bem
alinhada, e portanto tivemos que repetir todo o processo até encaixar de maneira
correta e segura.
Quando saímos do trânsito para nosa nova rota, vi que nos restava ainda mais
470 Km. Normalmente teríamos ficado contentes em dirigir numa estrada vazia e
cheia de retas, mas estávamos detonados devido ao trecho anterior. Quase ficamos
sem combustível duas vezes, e nas duas o GPS nos salvou indicando postos por
perto. Sendo que a segunda vez a moto do Fernando que gasta mais que a minha
praticamente secou.
Acabamos pegando o pôr do sol na estrada e como estávamos indo em direção a
Oeste o Sol se pôs em nossa cara. Inicialmente foi bonito, depois nos cegou por
completo, não teve geito, paramos no acostamento para esperar um pouco e tirar
algumas fotos. O detalhe interessante é a incrível quantidade de insetos na pista.
Tanto que deu trabalho no hotel depois para limparmos tanto os capacetes, quanto
os bauletos, devido ao forte cheiro que ficou.
Chegamos em Bahia Blanca felizes em ter vencido mais esta etapa. Demos sorte e
encontramos um hotel barato para nos hospedar. O banho foi maravilhoso, e repoz
todas as nossas energias no final. Fomos para o centro da cidade jantar num
restaurante com um belo buffet, onde pudemos experimentar vários pratos regionais.
Demos uma volta pela cidade que estava bem vazia e percebemos que ela é tão grande
quanto Ourinhos ou Bauru.
Agora vamos dormir um pouco, pois estamos cansados.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

5º Dia ( Montevideu / Buenos Aires )

5 - Dia Montevideu - Buenos Aires (420 Km)

Hoje o dia foi excepcional, nós rimos muito pra não chorar, acho que isto
explica o porque terminamos o dia cantando Legião na rua em cima das motos sendo
que o pessoalque nos via gesticulando sem parar e não conseguiam entender o que
estávamos fazendo, mas deixe-me explicar tudo desde o começo para vocês
entenderem.
Acordamos muito cedo, 5:00 horas da manhã com a missão de tomarmos café e irmos
para Maldonado. O problema foi que ao saírmos de Montevidéu, nós estávamos muito
excitados com a perspectiva de pegar de novo a estrada.
Nós já rodamos 5 dias e teríamos a oportunidade segundo o nosso cronograma de
ficar parado mais de um dia em um lugar que excolhéssemos, só que sinceramente nós
não conseguimos.
Bom, para explicar este vício de asfalto deixeme falar com o coração de um
motociclista.
Estas estradas que pegamos desde de Porto Alegre, são uma reta só, com pouco
trânsito e com total liberdade para poder andar na velocidade e na forma que
quisermos. É muito viciante, tanto que o último comentário que fizemos antes de
sair de Montevidéu, foi que não víamos a hora de rodar os pampas argentinos, onde
podemos rodar 700 Km e ainda querer continuar por mais 200 Km ou 300 Km, de tão
boa estrada que é. Para nós deixarmos nossas motos livres e nos levando ao som do
vento da estrada é inebriante a sensação. Só quem é motociclista pode entender
este louco amor.
Vamos aos fatos, depois de 45 minutos que saímos, notei que o Fernando estava
tomando um percurso diferente, e não falei nada pois o GPS dele estava com mapas
mais atualizados que o meu, grande falha. Descobrimos que estávamos indo para
Durazno que era bem distante de Maldonado que fica no litoral e nós estávamos indo
numa rota paralela só que no sentido do interior.
Depois que descobrimos que o GPS do Fernando estava maluco, devido a falta de
sinal, nós resolvemos compensar acelerando um pouco mais que o normal até a rota
correta. Este foi o nosso erro, acabamos sendo parados a 140 Km/H, por um guarda
rodoviário que nos levou U$$ 300,00, pois ele queria reter nossa carteira de
habilitação até pagarmos uma multa de R$ U$$ 700,00 para retiramos as motos. No
final tivemos que pagar a propina que que ele pediu para sermos liberados.
Neste percurso que deveria ter sido de 180 Km e acabou sendo de 420 Km, servio
como lição para que deixássemos de ser inocentes e confiarmos 100% no GPS e não
caírmos na conversa dos guardas que ao verem nossas motos só pensam em dinheiro
fácil.
Chegamos no porto de Maldonado e fizemos todo o trâmite alfandegário e
burocrático para embarcar as motos e entrarmos no ferryboat que aqui é chamado de
Buquebus.
Este barco é maravilhoso, muito grande com 3 classes distintas a bordo, primeira
classe, com bancos de couro e bar privativo, executiva com somente bancos de couro
e turista que foi a que nós pegamos, mas que mesmo assim era uma classe muito
bonita, com direito a uma bela lanchonete e duty-free.
Quando desembarcamos em Buenos Aires, não estávamos preparados para os 45
minutos de trânsito caótico que pegamos a caminho do hotel, tanto que chegamos
ensopados de tanto suor que tivemos que tomar um banho e ir beber algo na cidade.
Fizemos um passeio rápido até a Casa Rosada que é a sede do governo aqui em
Buenos Aires, mas não fomos muito longe devido ao trânsito caótico desta cidade.
Trocamos dinheiro e passeamos pelo centro da cidade, onde compramos algumas
lembranças.
Terminamos a noite jantando muito bem num misto de café com churrascaria, que é
bem comum por aqui, e logo depois fomos tomar mais 3 chops cada num Pub.
Voltamos depois cantando a música "Tempo perdido" do Legião Urbana pelas ruas
de Buenos Aires.
Um detalhe técnico que até agora eu não contei, temos um microfone portátil,
bluethoot que colocamos dentro do capacete pendurado nos nossos pescoços, que
usamos (e muito), para nos comunicarmos quando estamos na cidade. Muitas vezes
parecemos dois loucos dando risadas sozinhos, e tudo mundo estranha dois caras em
duas motos gigantescas gesticulando e falando sozinhos. Estes dispositivos nos
salvaram muitas e muitas vezes e sinceramente foi uma ótima aquisição eletrônica
que fizemos.
Voltando ao começo de minha dissertação foi muito engraçado ver um casal num
carro ao nosso lado parado no farol, sem entender porque dois babacas estavam
gesticulando e cantando separadamente sozinhos.
Agora vamos dormir pois o dia promete muito amanhã. Não vemos a hora de deixar
esta cidade de trânsito e calor caótico para trás e ver a estrada dos pampas na
nossa frente.

terça-feira, 30 de março de 2010

4º Dia ( Punta Del Leste / Montevideu )

4 - Dia Punta del Leste - Montevideu (130 Km)

(F O T O S )
Fernando Fugikawa & Daniel Abdala - de.medalha - Álbuns da web do Picasa

Hoje tiramos um dia de folga. Dormimos até mais tarde no hotel e fomos tomar o
nosso café sem nenhuma pressa. Fiz o favor de apresentar ao Fernando os alfajoles
que foram servidos no café da manhã e ele não conhecia. Comemos com gosto,
princialmente porque eles não eram muito doces.
Fomos para Punta logo cedo, e mesmo sendo 9:30 Hrs, havia muita pouca gente na
praia. Descobrimos uma escultura na areia da praia no formato de uma mão e um
lindo farol bem no fim da rua da praia. Tivemos três momentos de alegria:
Primerio vimos o encontro do rio da Plata com o Oceano Atlântico que é muito
bonito. Havia umas esculturas de serias nas pedras as quais tiramos muitas fotos.
O segundo momento marcante foi quando estávamos numa marina e vimos leões
marinhos perto dos barcos de pesca, comendo o restos do peixes que os pescadores
jogavam. A cena dos 4 Leões comendo foi tão bonita que gravamos um vídeo. Pena que
nesta hora a minha máquina estava sem bateria, mas a do Fernando veio nos salvar.
O último momento marcante que tivemos foi termos reencontrados dois brasileiros
os quais infelismente não sabemos os nomes, que conhecemos ontem a caminho de
Punta. Eles são de Curitiba e vão ficar até sexta em Punta. Pelo menos conseguimos
tirar fotos juntos para marcar nossa breve amizade.
A estrada para Montevideu é muito ampla e a viagem foi uma das mais curtas que
tivemos até agora só 130 Km. Rodamos a cidade e acabamos nos hospedando num hotel
da Ibis, o qual saíu U$$ 70,00 para nós dois. Sem dúvida o preço dos hoteis aqui
estão salgados, mas amanhã estaremos na Argentina e temos tendência a encontrar
coisa mais barata, para a alegria do Fernando.
Tomamos um banho e fomos a um shopping center três cruzes, o qual tambem é uma
estação rodoviária. Fui direto tentar arrumar o meu óculos, mas para o meu azar, e
até agora eu não entendi o porque, todos os laboratórios estão fechados até a
semana que vêm. Uma ótica se prontificou a consertar o meu óculos com só uma lente
sem cobrar nada. O serviço apesar de não ser o melhor ficou bom. Eu tinha dado a
armação como perdida, felismente eu estava enganado. Comprei um novo óculos de sol
para utilizar nos desertos que vamos passar e paguei o equivalente a R$ 127,00,
sendo que ele é de marca. O câmbio está em torno de 100,00 Pesos Uruguaio = a 10
Reais.
Comemos no shopping comida de verdade a primeira refeição real desde o começo de
nossa aventura. O Fernando comeu picanha e eu esperimentei uma carne com um queijo
e prezunto muito saborosa, e para a minha alegria vinha acompanhada de salada que
eu imediatamente devorei e batatas que o Fernando tratou de detonar.
Andamos um pouco na orla de Montevideu e voltamos para o hotel. Estamos
planejando jantar num bar perto daqui que o Fernando achou.