segunda-feira, 12 de abril de 2010

15º Dia ( Copiapó / Antofogasta )

15 - Copiapó - Antofogasta (820 Km)

Como estávamos com quase tudo preparado, foi um pulo conseguir guardar
todas as coisas na moto e depois ir tomar o café. Café este decepcionante,
pois além de servirem nescafé com água quente eles nos deram somente 4
fatiadas de pão Pulman torrado e 2 fatias de queijo.
Nós saímos no maior frio do Hotel, este frio se extendeu até umas duas
horas da tarde e a partir daí fez um baita calor.
Não muito distante de Copiapó uns 95 Km paramos para abastecer e quando
íamos embora apareceu muitas motos e triciclos de cross que estavam passeando
pelo deserto. Conhecemos o Ronald que se mostrou muito simpático, ele mal
ganhou o adesivo do nosso moto-clube e já o colou em sua moto. Ficamos muito
orgulhosos do gesto dele.
Um pouco tempo depois vimos o "Zoológico de pedras", uma interessante
formação geológica de pedras que em sua forma "esburacada" davam a impressão
de uma paisagem lunar. Foi uma aventura muito legal andar pelas pedras tirando
fotos e mais fotos de suas formações e paisagens. Uma coisa interessante
aconteceu, paramos um tempo depois para tirar mais fotos e eu senti um leve
tremor no chão o Fernando estava sobre a areia e não sentio nada, durou cinco
segundos e teve um pequeno ruído ao fundo. Primeiramente achei que fosse um
leve tremor de terra, mas o Fernando me chamou a atenção pelo barulho e isto
indicaria uma longa explosão de alguma das muitas minas que existem aqui nesta
região.
Agora a melhor parte foi andar pelo deserto. Certa vez li num livro do
Paris Dakar, uma reflexão que o autor fazia sobre o deserto, e nela ele dizia:
- O deserto não é uma paisagem monótona e sim dinâmica pois está sempre
mudando.
Isto é a mais pura verdade, vimos montanhas de areia clara, depois destas
montanhas apareciam com fios pretos em suas bordas, areia fina, areia grossa,
marrom escura, pedregulho e etc...
Teve uma oportunidade que eu não quis abastecer a moto e no meio do
caminho os postos sumiram de uma hora para outra. O Fernando me fez andar a
100 Km/h para economizar combustível. Foi a melhor parte sem dúvida da minha
viagem, pois pude escutar com mais perfeição os sons do deserto e curtir a
paisagem. Tive uma experiência espiritual muito engrandecedora.
Chegamos no posto que ficava em "Agua Vierde", bem onde o Abel nosso amigo
caminhoneiro de Puerto Montt tinha nos dito que teria um posto e que este
seria o último do deserto.
Como o deserto era praticamente uma reta só, nós utilizamos nossa trava de
acelerador (driver guide) para manter a velocidade constante e descançamos as
pernas e mãos de tudo quanto é forma. É claro que estabelecemos uma velocidade
baixa, mesmo porque sabemos que maior parte dos acidentes aqui acontece devido
a motociclistas que exageram na velocidade. O vento tambem se mostrou um
adversário complicado, na estrada.
Encontramos quase chegando em Antofogasta a escultura "Mão do Deserto",
nossa alegria foi total, pois vimos esta escultura em todos os blogs de
motociclistas que estudamos para fazer esta viagem, e não queríamos ficar sem
vê-la. Tiramos muitas e muitas fotos. Depois, até Antofagasta pegamos um
vento muito forte do típico do deserto, no fim da tarde
Em Antofogasta, percebemos que é uma cidade rica em Minério, só que não
vimos casas bonitas, ou algo que chamasse a atenção. Achamos um hotel para
dormimos e depois do banho, conseguimos que a recepcionista nos mostrasse onde
tinha um shopping para jantarmos.
Eu estava muito ansioso para mandar notícias para o pessoal de casa, pois
meu celular não conseguiu fazer ligações para o Brasil e nem receber. Nem meus
torpedos funcionaram. Qual foi a minha decepção ao descobrir que os telefones
públicos do shopping tambem não conseguiam fazer as ligações. Fiquei muito
Puto, consegui depois mandar um e-mail dando notícias.
Jantamos numa churrascaria onde fomos atendidos por um garçom que falava
bem o português, chamado Leandro. Deu para pedir a comida sem ter nenhuma
surpreza no final. Um dado interessante gastronômico que descobrimos é que
chourisso, na argentina é contra-filé alto e no Chile é o que nós conhecemos
como a tradicional linguíça de sangue com temperos.
Na volta para o hotel descobrimos uma escultura de um homem com um burro
onde resolvemos tirar muitas fotos e fazer mil brincadeiras com as estátuas.

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